Luanda - A comissão sindical da Empresa Nacional de Pontes de Angola reclamou hoje que continuam em atraso 49 meses de salários, atribuindo a esta situação a morte e doenças de funcionários que vêm ocorrendo nos últimos dias.

Fonte: Lusa

Segundo o primeiro secretário da comissão sindical da empresa pública angolana, Mateus Muanza, nesta segunda-feira um dos colegas, que se encontrava doente, faleceu "por falta de dinheiro para o tratamento médico".

"Acabou por falecer por falta de dinheiro, porque com dinheiro ele faria um tratamento adequado", referiu, reclamando que os pedidos de ajuda do falecido não foram atendidos pela área financeira da empresa.

Com dívidas para com os cerca de 400 trabalhadores, que datam de 2011, a direção da Empresa Nacional de Pontes de Angola liquidou, em agosto passado, quatro salários em falta, pelo que, segundo a comissão sindical, estão ainda em atraso 49 meses de pagamentos.


Em outubro, o novo ministro da Construção e Obras Públicas de Angola, Manuel Tavares de Almeida, visitou as instalações daquela empresa, tendo referido que analisa a situação dos trabalhadores.

"Temos algumas perspetivas no nosso plano orçamental e isso pode ajudar a resolver já os problemas candentes e equacionar o problema dos atrasos", disse na ocasião o governante, tendo assegurado ainda a elaboração de programas "para alavancar" a Empresa Nacional de Pontes de Angola.

De acordo com o chefe de departamento de contabilidade e finanças da empresa, Luvualu Michel, a direção está a par da morte do seu funcionário, revelando que vários outros trabalhadores da empresa também se encontram doentes.

Sem previsão de verem liquidados os ordenados em atraso, a comissão sindical da empresa garante que os trabalhadores vão manter a vigília, que decorre desde junho último.