Luanda - A Procuradoria-Geral da República de Angola vai criar um corpo especial de funcionários e magistrados, nos próximos dias, para se dedicar a investigações preliminares sobre denúncias feitas pela comunicação social e redes sociais.

Fonte: Lusa

A informação foi hoje avançada pelo procurador-geral adjunto da República Mota Liz à margem de uma cerimónia de tomada de posse de 14 sub-procuradores geral da República, realizada hoje em Luanda, em ato presidido pelo Procurador-Geral da República, Hélder Pitta Grós.

Mota Liz referiu que esse órgão terá como finalidade dedicar-se "concretamente à colheita deste tipo de informação, fazer um inquérito preliminar, para aferir a dignidade e a seriedade dos dados" fornecidos quer pela comunicação social quer pelas redes sociais.

"Para não estarmos a dar as notícias falsas, que são muito férteis na internet, se elas tiverem um mínimo de dignidade e seriedade, então, desencadeia-se um inquérito criminal para se apurar responsabilidades", avançou Mota Liz, em declarações à rádio pública angolana.

Segundo o magistrado, "muitos crimes hoje são denunciados por via da comunicação social, das redes sociais, e um órgão como a PGR não pode ficar em cima do muro, tem que andar, verificar, separar aquilo que é boato infundado e o que é notícia séria".

Um caso que poderá desencadear uma investigação tem a ver com as denúncias sobre o presumível desvio de 500 milhões de dólares, no Fundo Soberano de Angola, anunciou Mota Liz
"No âmbito destes serviços, desse gabinete, é também um caso para aferir, para averiguar, em função dos resultados que forem alcançados, os resultados serão divulgados e anunciados", disse relativamente ao caso.

"Se há notícia de crime, é óbvio que deve ser investigado, para ver seriedade, para ver até que ponto houve má-fé, dolo na prática, até que ponto factos ocorreram e até que ponto as pessoas são responsáveis", salientou.