Lisboa  - O Presidente da África do Sul anunciou esta quarta-feira que decidiu renunciar ao cargo com “efeitos imediatos”. Numa declaração televisiva, Jacob Zuma antecipou-se à moção de censura que o próprio Congresso Nacional Africano (ANC), o partido do Presidente, previa apresentar na quinta-feira.

Fonte: Lusa

Afinal, Jacob Zuma acabou por ceder às exigências do partido. "Decidi demitir-me do cargo de Presidente da República com efeitos imediatos, apesar de discordar da direção do meu partido", afirmou o Presidente demissionário.

A declaração surge horas depois de Zuma ter afirmado, em entrevista à cadeia sul-africana SABC, que se recusava a seguir a imposição do Congresso Nacional Africano (ANC). Na segunda-feira, o partido do Presidente tinha dado 48 horas para que Zuma apresentasse a demissão.

O ANC, partido no poder desde 1994, tinha agendado para quinta-feira a votação de uma moção de censura contra o Presidente, caso este não apresentasse a decisão no prazo concedido. Na entrevista desta manhã, Jacob Zuma admitia que acataria a decisão saida do Parlamento contra a sua vontade.

Presidente de África do Sul desde 2009, Jacob Zuma é suspeito de corrupção e de estar envolvido em alegados crimes cometidos pelos irmãos Gupta, uma família de origem indiana que detém grandes negócios na África do Sul e que está a ser investigada pelo FBI. O Presidente da República é suspeito de ter favorecido atividades empresariais desta família poderosa, permitindo aos irmãos Gupta ganhar concursos públicos do Estado sul-africano com lucros avultados.

A pressão sobre o Presidente aumentou desde dezembro, quando Cyril Ramaphosa, vice-presidente da África do Sul, chegou à liderança do partido. Uma das grandes batalhas do novo líder do ANC tem sido o combate à corrupção.