Brasil - É claro que não será o Miala, não será o William Tonet, não será muito menos os “chatos” e  vitoriosos jornalistas do Seminário Angolense, ou então a oposição que se encontra a cozer dentro de uma panela de pressão. É uma tarefa que cabe a quem muitos têm por aí como herói nacional e que tudo merece. E que a bem pouco tempo ainda foi aplaudido por uma de suas vitórias: ser convidado como turista ilustre para visitar  a triste e trágica cidade de L’Áquila.

   O País das Aranhas (VI)

Se Angola fosse mesmo um membro do G-8, mesmo não ocupando nenhuma das posições que sugere o  tamanho do grupo, aquele Procurador seria demitido em 48 horas depois que a Revista “Caras de Pretos” estampou a pomposa foto do Senhor General João Maria de Sousa, um típico cabrito do regime em que vivemos. O regime do País das Aranhas.  João Maria é o típico cidadão de classe media alta (em Angola), servidor público que soube ( e sabe) como mamar nas tetas de um  regime corrupto que banalizou a delinqüência e a corrupção. E que faz do comportamento humano ( sua identidade) algo sem compromisso com o presente, o passado, o futuro e a sociedade em que vivemos; que faz do comportamento humano algo sem compromisso com as leis, a moral, a ética, a política e até o que há de mais  simples, complexo  e  natural ( a própria vida). E que hoje estendem seus tentáculos de ambição para a iniciativa privada prestando serviços à mesma como colaboradores ou acionistas.

Como se ir atrás de um boato   que muitas vezes poderia livrar a nação de um grande esquema de corrupção onde o prejuízo, por exemplo, pudesse ser mesmo  o desaparecimento das reservas  internacionais  no valor de  nove bilhões de dólares que desaparecem do Tesouro Nacional ou dos cofres do Banco Central? Quando se sabe que até o procurador Geral da Republica está em dívida com a lei e pode ser tão corrupto quanto  os membros que fazem parte daquela rede. Diga-se a verdade,  nove bilhões de dólares só desaparecem, do jeito que desapareceu, quando a rede de articuladores que deram o sumiço na mesma cifra esta  bem organizada e institucionalizada. Quando a rede de articuladores além de bons profissionais – naquilo que melhor sabem fazer, assim como roubar- é do mais alto escalão e verdadeiramente poderosos. Esse parágrafo quer com todo propósito ( e respeito...!!!!!!!) chamar a atenção do Dr. João Pinto ( Deputado, Político e Jurista)  que a bem pouco tempo dizia que não devíamos ir atrás de boatos. Pois bem, nós pensamos ao contrário! A prova disso está aí, tanto boato que reflete a verossimilhança dos fatos, ainda mais na nossa sociedade. De onde comprovadamente a corrupção existe, a coisa vítima da corrupção também existe, só nunca se conhecem os corruptos. A verossimilhança dos fatos é tanta que as estradas construídas e asfaltadas com a melhor das tecnologias –segundo se propalou   no início- já estão todas esburacadas, um ano depois! O dinheiro de toda uma nação ( nove bilhões de dólares) desaparece dos cofres públicos, e ainda há quem diz que não devemos ir atrás dos boatos.

Senhor João Pinto, Doutor, Deputado e Político que  boatos  (ou fatos) – como lhe convém-  devemos  levantar como bandeira para que ao menos nossos Hospitais, aqueles onde o povo deve ir se tratar, tenham pelo menos condições de receberem em suas portas os pacientes necessitados? Que boatos, que fantasias ( ou fatos) devemos criar para que o ensino em Angola mesmo depois de trinta anos de independência não tenha necessidade de exportar até  professores secundários  da terra de Luís de Camões? Indicando assim que o bom dinheiro que deveria ser investido  em projetos sabiamente concebidos  de educação e ensino formando professores, mesmo em tempos de guerra, evitaria que a nação tivesse que passar por essa vergonha. Não esquecer  que esse tipo de projeto, ensino e educação, formação de professores só não faz parte da visão de um governante quando o mesmo acredita que a população que  governa ( os  infelizes governados) estão mais para uma população de primatas do que para de  humanos. Que fatos  devemos  esperar para ir atrás de corruptos e processá-los quando se sabe que o nosso estado com a imprensa que tem ao seu poder agi como uma verdadeira caixa preta perdida no meio de um lago, talvez no meio do Oceano Atlântico? É só basta  recordarmos o caso Miala! Ou será que a população está bem informada sobre o caso Miala?  O Estado pode ter – e como tem- seus motivos para processar Miala, mas é preciso, sim, dar ouvidos àqueles que dizem que o mesmo está sendo injustiçado por que a imprensa não deu toda a cobertura necessária e tudo, como nos velhos tempos, foi transformado nos famigerados segredos de Estado; e até àqueles que já dizem que o mesmo está sendo punido por motivos políticos. Não esquecer que o que melhor temos de imprensa por aí, pelo menos no que diz respeito a dinheiro e poder ainda é a imprensa Estatal.

 Peço desculpas por escorregar do tema, o tema hoje é João Maria. E este  pode  até ser  tratado como fugitivo da justiça. Afinal, quem se esquece, como promotor que é,  de vez em quanto das normas e regras legais na qual todos os cidadãos estamos submetidos e faz questão de apresentar sua linda chipala  numa revista de caras dos  pretos de Angola só pode ser um fugitivo das próprias leis que ele defende.

A constatação triste de que o Quênia era há   cinqüenta anos mais rica que a  Coréia do Sul onde esta última hoje  exporta quase de tudo naquele país e no mundo inteiro, sem aquela primeira  nação poder se quer retribuir um centavo está refletido na mesma desordem que  vitimou, vitima  e continuará a vitimar a nação  dos angolanos se tivermos como líderes ( para sempre) essa gente que aí está. Que mais parecem múmias escondidas  nas  pirâmides do Egito  ou em museus  onde os mesmos não podem ser tocados. Mesmo quando as evidências de corrupção desfilam nas revistas ou na imprensa  nacional. Que, por ironia, muitas delas, revistas ou jornais, tornaram-se guardiã dos mesmos: da corrupção, dos políticos, dos generais e juízes corruptos.


Essa é uma dor que ninguém merece...!!!!!!


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