Montreal - Ponto prévio: Foi com muitíssima alegria. Satisfação geral. E como se não bastasse alívio psicológico receber a notícia sobre a intentona -intenção- da  filha do presidente da república em abandonar a cadeira de deputada. Oxalá que o desejado infausto anunciado pelo JN se concretize linearmente.

Parlamento angolano: “Vale dos preguiçosos”

Análises soltas e abertas:

1 - Tchize dos Santos reconheceu ou foi advertida por bons conselheiros próximos que  a intenção de “comer de todos os cantos” mancha catastroficamente a sua imagem.

 

2 - A filha do presidente constatou em loco que ser deputada e aos mesmo tempo ser a gerente daqueles serviços debatidos no parlamento constitui um grosseiro conflito de interesse. Que obviamente exemplifica o alto nível de tráfico de influências, descrito universalmente como corrupção “política a moda africana”.

 

3 -  A empresária Tchize, segundo a sociedade em geral, denota-se com os mesmíssimos hábitos caducos do pai. Quer gerir tudo e todos. E consequentemente, não assume os erros porque tem o mesmo vício de delegar representantes em todas as áreas porque o tempo não a permite acompanhar em loco os serviços. A título de exemplo, Sérgio Neto (dono do Angonoticias) é o seu representante na comissão na TPA.

 

4 - A propagadora da expressão “Know how & job on training” em Angola ostenta uma postura acrescida de “arrogância diplomática” e titula-se como patrona do saber. Em variadíssimas ocasiões em primeira mão ela assume-se que “congrega” o melhor pacote de conhecimentos na área jornalística em geral e em particular no mundo audiovisual em todo o país.

 

5 - A tirania de Tchize dos Santos, segundo os críticos não atingiu o seu apogeu (ponto mas alto) relativamente a dinastia do seu pai porque os próprios membros do MPLA repudiam estes actos, classificando-os de bárbaros.

Efeitos & Conclusões

1 - O açambarcamento dos bens públicos por parte dos filhos do presidente da república tem causado um descontentamento geral e ao mesmo tempo incentiva a todos os angolanos a pensar que é muito fácil e em curto espaço de tempo ser rico em Angola.

 

2 - A “turma dos comem tudo” -expressão de Ismael Mateus- , ajudam a promover preconceitos antagónicos como “Estado o vale dos preguiçosos” - passagem de Ismael Mateus-.

 

3 - A empresária Tchize dos Santos, é um dos melhores exemplos para estudarmos cientificamente a essência da vida dos “camaradas” em Angola. Abandonar o parlamento “Estado o vale dos preguiçosos” e dedicar-se a TPA não resolverá na sua totalidade os conflitos de interesse existente em Angola. Como nota de exemplo:

- A Tchize dos Santos comanda a comissão de reestruturação da TPA.
- Paralelamente também ganhou o concurso público interno (não divulgado) em nome da empresa “Semba” para gerir uma área que produz programas para a TPA.

Como nota de referência vale apenas recordar a passagem clássica de Obama “Nenhum país cria riqueza se os seus líderes exploram a economia para se enriquecerem a si próprios”.

 

4 - “Há empresas do Estado que foram milagrosamente registadas por privados” -Ismael Mateus- Assim sendo, e com o caminhar dos acontecimentos a privatizacao da TPA1 & TPA2 poderá ser um passo eminente nos próximos tempos.

 

5 - Ponto final: Ninguém sabe ao certo se o contracto entre a “Semba” empresa de Tchize dos Santos com a TPA tem um tempo determinado ou se é vitalício. Portanto, analisado num prisma económico a TPA esta subdividida em duas áreas: -Serviços públicos & Privados -. A área pública refere-se aqueles que serão pagos pelo estado. Os privados serviços pagos pela empresária Tchize.

 

Como se pode constatar no “Ponto final”, a separação da TPA em duas áreas deixa em aberto muitos aspectos básicos de carácter administrativo e viola visivelmente outros princípios éticos. A destacar: Quem são os inspectores com a missão de regular esta “amizade empresarial entre TPA e Semba.  Será que a Tchize também participou na selecção dos inspectores?

Quais são as responsabilidades e obrigações da Semba? Será que a Semba recolherá apenas os seus lucros e a TPA se responsabilizará de todos os gastos correntes?

Enfim, são estes e outros aspectos que causam um descontentamento geral a todos os angolanos. Aonde mora a transparência. Porquê tantos segredos com os bens públicos.


* Carlos Alberto
Fonte: Club-k