Luanda - Desde tenra idade tive sempre muito cuidado em observar famílias bem sucedidas. Sempre fui apaixonado por pessoas felizes e que possuíam o carisma de fazer outras felizes. Perguntava-me: O que provavelmente poderá causar uma rotura neste quase incólume lar?

Fonte: Club-k.net

Conheci famílias que bifurcaram-se por culpa da prevaricação, na maior parte por parte dos homens. Se há factos que dão cabo de um relacionamento rápido é a procriação fora do lar. Para este Pai, se for detentor de pouca capacidade financeira, a dor de cabeça será aguda para sustento dos dois lares e para a outra criação, o saber que nunca terá o seu progenitor quase sempre com ele. Terá de dividir sempre tudo, desde a comida que o pai traz, ao amor e educação que o mesmo nem sempre dá e a mãe tenta equilibrar. Não é porque este pai não queira dar mas normalmente o foco não é distribuído como devia.

A tendência é dar sempre mais no centro, na casa mãe.

"Luanda precisa de 8 milhões de materiais escolares para o ensino primário". Palavras pronunciadas por um responsável da educação. Atenção: LUANDA!

Estupefacto fiquei. Aterrei no campo de lamúrias ao ouvir isto. Nós temos sempre um ano académico-gregoriano-lectivo para preparar cada ano a seguir. O que temos estado a fazer? Será que a Educação é mesmo prioridade? É mesmo para formar ou é de se fingir? E depois: NA BASE!

"Os pais que compram os livros na rua deveriam ficar mais atentos porque na capa está escrito que é gratuito..."

Argumentos que fazem acreditar que feitiço existe e que demostram em que nível se encontra a nossa frivolidade e reduzida ou inexistente proactividade.

Assim o comerciante que está a vender encontrou os livros aonde? Recebeu gratuito para distribuir na rua aos pais que queiram adquirir?!

E estamos a falar de Luanda. Se na capital o problema é este, eu questiono-me: Será que há trabalho digno no interior do país? Que tipo de professores temos? Que tipo de formação na verdade temos arquitetada para os nossos?

Se Luanda, a capital, é um casulo de problemas do género como será que estão as outras capitais das 17 províncias?

Será com este quadro que queremos construir uma geração diferente? Eu acredito piamente que não, a não ser que a fé seja um artefacto anexado rigorosamente ao nosso modo de ver e pensar o país.

Já disse Voltaire: " Educar mal um homem é dissipar capitais e preparar dores e perdas à sociedade".

Amanhã seremos nós que vamos reclamar da fenda ignóbil que de certeza notaremos também nos nossos "futuros".