Luanda - Segue-se o relato "O Bengo implora por uma medida de salvação urgente. Os anos coloniais são revividos pelos cidadãos. A corrida às terras naquela província destorça os corações dos nativos. Em contacto com alguns nativos podemos constatar uma insatisfação enorme pela forma ilegal como são desapossados os terras. Na comuna de Cassenda em Bom-Jesus os provincianos clamam por direitos. Os trabalhos de exploração de Borgalheira transformaram com escavações em precipício a escola onde as crianças leccionavam o que surtiu no abandono da mesma à já 6 anos aproximadamente.

Neste contexto muitos pais enviam seus filhos à Luanda para estudar. A falta de um hospital tem causado a maior desgraça da mortalidade infantil na referida região. O Soba numa explanação muito descontente proferiu uma das palavras de ordem deixada pelo primeiro presidente da nação Dr. António – o Mais importante é resolver os problemas do povo – o mesmo perguntou-se indignado – se o neto deixou este ensinamento ao ser Presidente José Eduardo dos Santos, porque é que assim não o faz!...ainda assim alegou que os colonos que antigamente mataram e violaram nossas mães a vermos. Voltaram para ficar com as nossas terras. E o mais grave de tudo é que a falta de um hospital e transporte na região em toda sua extensão (Bonjesus) tem sido uma das formas para notar o quanto os estrangeiros são maus. Porque se alguém precisar de socorro para o hospital na aldeia, eles não aceitam socorrer, alegando que os carros não são do governo. Á esse comportamento, o Soba retorquiu: - se os carros não são do governo, como que eles vêm aqui tirar a riqueza em nome do governo. A construção da escola e o hospital é uma das necessidades que o Soba dá como prioridade na comunidade.

No percurso aos depoimentos da guerra das terras na Província do Bengo zona do Matabuleiro na Região do Bonjesus nos deparamos com problema de uma empresa com a Firma NECS – Nova Engenharia de Construção, Lda, alvará nº 89/E0P/2007 que expropriou as terras de cerca de 87 agricultores fazendo-os refém da sua vontade. Nas alegações dos agricultores, a empresa recusa-se de anexar na lista cerca de 20 agricultores que também perderam as suas terras à favor da mesma empresa.

Esta empresa de construção encabeçada por um senhor que se intitula como Dr. Nazaré responsável, impõe um valor ínfimo pelas terras. Os agricultores exigem um pagamento justo e proporcional a extensão das terras. Caso não, pegariam em catanas para salvaguardar os seus Direitos. Mesmo porque os pseudo-proprietários já destruíram parte das culturas existente nos campos com máquinas de terraplenar. Os agricultores dizem ainda a empresa beligerante está constantemente a protelar os encontros com os agricultores levando-os à exaustão com intenção preconcebida de fazer desistir os latifúndios." 

Fonte: Club-k.net