Luanda - Ao que tudo indica o clima de forte crispação continua a reinar nas hostes dos jornalistas da Televisão Pública de Angola, após as últimas mexidas do xadrez feita pelo ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais e que culminou com o afastamento apenas do director-geral e do director de Informação, respectivamente Fernando Cunha e Manuel da Silva (Manelito).

Ihanjika acusado de prejudicar a imagem do PR

Os jornalistas da TPA têm vindo a mostrar-se agastados com a postura pouco profissional e demasiado arrogante de Gonçalves Ihanjika promovido ainda no tempo de Manelito ao lugar “inusual” de sub-director dos serviços presidenciais”, ou como quem diz, respondendo por todo o serviço que se relacione a Presidência da República. “Ele é o responsável por aquelas peças quilométricas que não se fazem em televisão nenhuma. Ao invés de prestar serviço, só acaba por prejudicar a imagem do próprio PR”, alertam profissionais da estação.

“Antes fosse só isso”, segredou-nos uma fonte da TPA que adverte para as graves intromissões deste director no trabalho editorial de todas as áreas. Esta fonte, exemplifica com o que tem sucedido no Telejornal, em clara queda de audiências face ao refresco da TV Zimbo, que de uma hora estende-se para “enchutas” uma hora e meia, passando das 20:30 atè às 22:00.

“Ele não só dá ordens como atropela de forma sistemática todo o alinhamento que feito previamente em reunião editorial ou não”, disse-nos aquela fonte o que se confirma no agastamento que revelam os diferentes editores dos espaços noticiosos e não apenas os do Telejornal.

Por outro lado, outra fonte da mesma estação realça o facto de haver “uma postura de arrogância dessas novas chefias” (Ihanjika e Ana Lemos, com silêncio sepulcral de Ramiro Matos, director de informação em exercício) com intromissões igualmente nos serviços de reportagem, vazando am alguns casos para faltas de respeito no modo como trata os demais jornalistas.

Outro aspecto que chama a atenção é o facto de nos últimos tempos, os jornalistas da TPA têm vivido um grande martírio para cumprimento das suas agendas de reportagem uma vez que há uma gritante escassez de meios, nomeadamente viaturas, tal como de operadores de camara.

Interrogados sobre aquilo que tem sido o papel da Comissão de Gestão e de Restruturação, uma das nossas fontes assinala que o seu trabalho “ainda é pouco visível o trabalho que estes têm vindo a desenvolver”. Por ora, ao que nos consta, vêem-se pelos corredores e acompanhar alguns directores, “profissionais” portugueses, o que é como quem diz, consultores, numa estação onde todos os anos aumenta o número de quadros nacionais com formação universitária. “Estes não são tidos nem achados, preferem estrangeiros simplesmente porque são estrangeiros, quando bem poderiam ouvir mais os próprios quadros da casa”, arfumentam.

O que entretanto a maioria dos profissionais da TPA mais receia é que a “dupla sertaneja”, dizem em tom de gozo, seja nomeada directores de informação. “Ai seria o fim... um caos”, advertem, mostrando-se preocupados com o silêncio cumplice de algumas autoridades ligadas ao partido no poder e a Assembleia Nacional para onde terão sido enviadas várias missivas com explicitos pedidos de socorro. “Em debalde?”, interrogam-se.

 

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Fonte: Club-k.net