Windhoek - Na íntegra, o discurso do Presidente da República, João Lourenço, nesta quinta-feira durante o jantar oferecido pelo seu homólogo namibiano, Hage Geingob.

Fonte: Angop

Sua Excelência Hage Geingob,

Presidente da República da Namíbia;

Exmos Senhores Membros do Governo namibiano;

Ilustres Convidados;

Minhas Senhoras, Meus Senhores

Gostaria de começar por manifestar os nossos agradecimentos a Vossa Excelência, ao povo e ao Governo namibiano, pelo caloroso acolhimento que nos foi reservado desde a nossa chegada ao vosso belo País.

Sinto-me bastante prestigiado por esta demonstração de simpatia que ilustra bem os laços de amizade e de solidariedade que sempre nos uniram ao longo da luta que travámos pela independência nacional e contra o regime do apartheid.

Espero que esta primeira visita oficial ao vosso país, que ocorre depois de outros contactos que mantivemos em distintas ocasiões, possa testemunhar o engajamento do Governo angolano no reforço das relações de amizade e de cooperação com a Namíbia, na perspectiva de propiciarmos um ambiente favorável ao diálogo permanente e aberto sobre as diversas questões de interesse bilateral, regional e continental.

Excelência,

Devemos reconhecer, nesta importante ocasião, que o nível das relações políticas e diplomáticas existentes entre a República de Angola e a República da Namíbia é satisfatório e corresponde plenamente às expectativas dos nossos respectivos povos, entre os quais se estabeleceram laços de afectividade que nos impelem a delinear com objectividadeacções no plano da cooperação a todos os níveis.

Inscrevem-se no quadro dessas iniciativas em prol do reforço contínuo da nossa cooperação, o Acordo Geral de Cooperação Económica, Científica e Técnico-Cultural assinado a 18 de Setembro de 1990 e a Comissão Mista Bilateral que, por ser útil, necessita de ser reactivada e continuar a servir de instrumento de execução das diversas acções especificadas nos acordos sectoriais estabelecidos entre as partes.

Temos procurado imprimir maior dinamismo nas nossas relações e dar-lhes substância, mas apesar disso, continuamos muito aquém do enorme potencial de cooperação existente entre Angola e a Namíbia.

Por isso, penso que deveremos tirar partido de um conjunto de factores que poderão simplificar o processo de intensificação das nossas relações e, neste capítulo, gostaria de referir as facilidades de comunicação entre nós, pois uma parte significativa dos dirigentes e responsáveis namibianos conhecem bem Angola, o que naturalmente abre caminho para perspectivarmos um vasto universo de accões de intercâmbio entre Angola e a Namíbia.

Espero que, aproveitando experiências de uns e de outros, possamos vir a dinamizar e impulsionar os diferentes projectos existentes nos domínios do Ambiente, da Indústria, das Pescas e Aquicultura, dos Transportes , da Agricultura, da Energia e Águas, dos Recursos Minerais e Petróleos, dos Antigos Combatentes , das Telecomunicações e Tecnologia de Informação, da Defesa e Segurança, da Justiça e dos Direitos Humanos.

Fiz referência a esse leque de acordos, mas há outros sectores em que podemos explorar a possibilidade de expandirmos a nossa cooperação e dar lugar à intervenção do sector privado nas áreas do turismo, do agro-negócio, dos transportes e outros.

Com o apoio institucional dos nossos Governos, é chegada a hora do sector empresarial privado tomar as rédeas da cooperação entre os nossos dois países e, desta forma, contribuírem para o mais rápido desenvolvimento económico e social dos nossos países. Por esta razão, trazemos para esta visita à Namíbia uma pequena mas importante delegação empresarial angolana.

Excelência,

Não quero ser exaustivo na abordagem que poderia fazer sobre muitos outros temas de interesse comum, porque disto já se terão encarregado certamente os nossos ministros.

Porém, devo realçar a necessidade de prestar cada vez maior atenção às questões relativas à segurança e protecção fronteiriça, para evitarmos ou mesmo impedirmos o roubo de gado, de viaturas e o contrabando de bens diversos, altamente lesivos aos interesses das nossas populações.

Gostaria de terminar dizendo, Senhor Presidente, que esta visita tem para nós um simbolismo extraordinário, por tudo quanto representa como ponto de partida para uma nova era nas relações bilaterais entre Angola e a Namíbia.

Considero que a nosso nível, para além das visitas de Estado, mantenhamos com maior frequência e regularidade curtas visitas de trabalho para consultas, não apenas sobre assuntos da nossa relação bilateral, mas também da situação política na região da SADC, de África e do Mundo em geral.

Proponho um brinde à amizade e à fraternidade entre os nossos dois Povos e, também, à saúde do Presidente HageGeingob e de sua esposa.

Muito Obrigado pela vossa atenção!