Sumbe – É uma novela que em edições passadas já havíamos aflorado. Trata-se de 120 trabalhadores que noutrora estavam ao serviço da administração do município do Sumbe sob a égide de Américo Alves Sardinha e Manuel do Nascimento Rosa da Silva.

Fonte: Club-k.net
Os funcionários em causa, pertenciam aos serviços comunitários afecta a esta administração e caloteiros, os ex-administradores citados desviaram para seu benefício mais de 26 milhões de kwanzas, valores que serviriam para pagamento de subsídios dos 120 trabalhadores.

Intentada acção judicial contra a administração do Sumbe, o tribunal provincial indicou a juíza Ana Bela Couto para tratamento do caso.

Porém a magistrada judicial não se dignou em parte alguma notificar Américo Alves Sardinha e Manuel do Nascimento Rosa da Silva que em juízo deveriam responder perante a Lei sobre o caso 120 trabalhadores cujos subsídios de quatro anos teve destino desconhecido.

Indignados com o facto, três dos 115 trabalhadores porque cinco já não fazem parte do mundo dos vivos por tanta espera dos seus salários, falaram à voz da América a começar por Felisberto Dundo que diz não entender a posição da Juíza Ana Bela Couto sobre o desfecho da Novela:

“Disse porque a dívida contraída não era da responsabilidade dele, uma vez que ele encontrou esta dívida. Que não podia assumir esta dívida porque a dívida ele encontrou. A Juíza procurou-lhe saber: os homens no poder passam mas, as instituições ficam. Você ao tomar posse se na realidade constataste que não faz parte, terias escrito para o tribunal de contas para o país sair dos problemas que vive”.

Mas o quê que o tribunal decidiu sobre a vossa situação!
“Uma vez não encontrada transparência no administrador municipal que compromete-se pagar com as autarquias sem ele próprio saber se vai ou se é ele que vai concorrer ou não, a Juíza disse que vai decidir sobre o processo à porta fechada mas, já lá vão um mês e até agora. Uma vez que não existe sentença e disse que iria decidir, nós queriamos, ou isso seria com maior brevidade possível porque, o quê que nós estamos a notar: Se os que estão à espera só do salário de um mês, os que referimos, os funcionários públicos estão aqui a reclamar, nós que estamos à espera do salário há quatro anos, como é que estamos a sustentar as nossas próprias famílias!”

Fernando Pais da Cunha é outro visado no caso 120 trabalhadores da administração do Sumbe sem salários há quatro anos e vê a vida por um fio: “Eu vivo numa casa de renda e no entanto o senhor agora já quer me tirar de casa. Entanto se a juíza decidiu que vai julgar a administração a porta fechada, nós queremos saber quando e começar a pagar os nossos salários”.

José Lopes é também vítima das malabarices da anterior administração do Sumbe com Américo Alves Sardinha e posteriormente Manuel do Nascimento Rosa da Silva. Lopes afirma mesmo que cinco de seus colegas que aguardavam pelo veredicto final do assunto já morreram de tanto esperar:

“Sou um dos feridos, dos 120 trabalhadores. Estamos aqui parados, sou eu e os demais, os 120 trabalhadores. Estamos aqui a viver a Deus dará. Quem tem filhos vive através dos filhos e aqueles que não têm cujos filhos também estão parados vivem prontos, esperam que amanhã Deus lhes ajude. Já morreram, já não são 120 trabalhadores claro. Dos 120 trabalhadores já morreram cinco pessoas neste espaço e, a administração nem se fez presente nessas cinco pessoas que morreram, nem sequer apoiaram e a dor é 100%. Nós temos documentos, nós temos contratos, nós temos passes, porque as pessoas estão a passar já morreram muita gente, como é que vamos viver!”

Este portal esteve com o actual administrador Manuel Jorge dos Santos soube que a administração não dispõe neste momento de valores para ressarcir os reclamantes e Jorge Boavida disse mesmo que o caso não é da sua alçada pois o tribunal deve responsabilizar os seus antecessores sendo que até momento Rosa da Silva não procedeu a entrega de pastas como deve ser.

Sabe-se que Manuel Rosa da Silva mesmo enrolado com problemas de desvio de bens do Estado aquando da administração do Sumbe, ainda mereceu confiança do MPLA e, é actualmente primeiro secretário do MPLA em Cassongue com possível passagem para administrador do município com mesmo nome.

A novela reserva outros capítulos enquanto os órgãos de justiça a nível local continuam com certa morosidade no tratamento de vários processos cuja finalidade seria encaminhar os prevaricadores nas cadeias mas, por cá tal está longe de acontecer e uma pergunta fica no ar: Como é que a justiça no Kwanza-Sul trabalha!