Luanda - A construtora de aviões canadiana Bombardier nega ter firmado qualquer contrato com a Air Connection Express, explicando que assinou um acordo com outra entidade, no caso, a African Aero Trading. Para já, recusa-se a comentar o cancelamento do consórcio de aviação, que iria juntar a TAAG e empresas de aviação privadas, anunciado pelo Presidente da República, João Lourenço. “Não temos nenhum comentário relacionado ao consórcio.

Fonte: Valor Económico

A Bombardier assinou um contrato de compra com a African Aero Trading SA”, sublinha a directora de comunicações e relações públicas da aviação comercial, Nathalie Siphengphet, em resposta escrita enviada ao VALOR. “A Bombardier celebrou um contrato de compra com a African Aero Trading SA em nome de um consórcio angolano que forma a Air Connection Express. A entidade que comprou os aviões da Bombardier é a African Aero Trading SA”, reforça, sublinhando que é a esta [African Aero Trading SA] que se deve solicitar esclarecimentos.

No entanto, a resposta da Bombardier contraria as declarações dos responsáveis da empresa na altura em que foi apresentado o negócio, que previa a compra de seis aviões pela Air Connection Express. Na altura, o vice-presidente de vendas para o Médio Oriente e África, Jean-Paul Boutibou, assumia ter assinado o contrato com a Air Connection Express: “Felicitamos a Air Connection Express no lançamento de seus voos internos e estamos satisfeitos que o consórcio tenha escolhido a aeronave Q400 para apoiar voos regionais em África”, declarou.


Durante a assinatura do contrato, o responsável da Bombardier sublinhava que a “aeronave Q400 provou ser um contribuinte fundamental para o crescimento da rede na região, melhorando a conectividade em rotas que não são economicamente viáveis para uma aeronave de grande porte. Hoje, mais de 37 operadoras operam a Série Q na África, e esperamos adicionar a Air Connection Express à família de operadores Q400”.


Na cerimónia da assinatura do contrato, a Air Connection esteve representada por Alcinda Pereira, responsável da Bestfly, empresa que integrava o consórcio.


A resposta da empresa canadiana também contraria as informações divulgadas pelo Ministério dos Transportes na sequência da assinatura do acordo, em Luanda, a 5 de Maio. “O referido contrato foi assinado pelo novo operador de transporte aéreo angolano, empresa denominada Air Express Transporte Aéreo SA, e o fabricante Bombardier”, comunicou, nessa altura, o Ministério.


À luz do contrato, a Bombardier forneceria seis aviões do tipo Q400, num negócio avaliado em 143 milhões de dólares. A empresa canadiana formaria ainda 25 assistentes de bordo do consórcio, assim como dois instrutores e ainda 55 pilotos e 40 mecânicos.


A criação de uma nova operadora de transporte aéreo doméstico, segundo justificava o ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás, resultava de estudos, que apontavam, “entre outros constrangimentos, para uma excessiva fragmentação do mercado de aviação civil no país”.