Lubango - Pouco mais de 1000 efectivos do extinto Ministério da Segurança do Estado (MINSE) reclamam, na província da Huíla, a sua inserção na Caixa de Protecção Social do Ministério do Interior. A informação foi avançada recentemente à Rádio Mais/Huíla e a este jornal por dois destes efectivos, afirmando que a situação já se alastra desde 1992. 

Fonte: Opais
Segundo conta António Francisco, sargento do Ministério da Cerca de 1000 efectivos do ex-MINSE inserção na Caixa de Protecção Social Pouco mais de 1000 efectivos do extinto Ministério da Segurança do Estado (MINSE) reclamam, na província da Huíla, a sua inserção na Caixa de Protecção Social do Ministério do Interior Segurança do Estado colocado na Delegação Provincial da Huíla, a não inserção na Caixa de Protecção Social do MININT, configura uma falta de atenção do Executivo para com aqueles que durante muito tempo arriscaram as suas vidas para garantir a segurança do Estado.

Aqueles que deram o melhor de si para o bem de toda a nação, segundo António Francisco, estão hoje entregues à sua sorte, à própria sobrevivência. O desmobilizado, de 52 anos de idade, disse que conta com uma lavra no interior da província como fonte do seu sustento e da família.

“Eu fui primeiro-sargento, trabalhei na delegação provincial do MINSE aqui na Huíla, depois fui transferido para as zonas da Lunda-Norte, onde fiz um curso de operações especiais. Em 1992 fomos postos à espera de que um dia seriamos desmobilizados e integrados na Caixa Social do Interior”, disse. A desmobilização aconteceu no ano de 2013 e, nessa altura, cada desmobilizado recebeu 55 mil Kwanzas.

O curioso é que no recibo de pagamento de subsídio de desmobilização não vem expresso o valor recebido. Esta não discriminação no recibo de pagamento faz com que os beneficiários desconfiem do processo, já que desde que receberam os respectivos valores, nunca se disse mais nada a respeito do assunto, facto que está a gerar um certo descontentamento.

“O que está a acontecer é que existe um descontentamento, porque não sabemos quando é que seremos inseridos na caixa social, isso não é só por mim, porque a maior parte dos colegas está também descontente com a mesma situação. Outrora, contribuímos pela pátria e hoje em dia somos considerados como pessoas inúteis com esta situação”, lamentou.

Para a solução deste problema e para a garantia de uma justiça social, os antigos funcionários pedem a intervenção do Presidente da República, enquanto o mais alto magistrado da nação angolana. “Queremos pedir ao Senhor Presidente da República, João Lourenço, para que olhe para a nossa situação, pode ser que não sabe do que estamos a passar. Em 2013, altura em que fui desmobilizado, só recebi 55 mil como primeiro-sargento e eu acho que não é este dinheiro que eu deveria receber, porque não é possível que soldado e primeiro- sargento recebam o mesmo valor ”, afirmou. Quem também vive o mesmo drama é o senhor Jeremias Konde, 55 anos, soldado, que entrou no então Ministério da Segurança do Estado em 1982. Conta que sobrevive graças a uma cantina que tem em sua casa.

Para se alterar esta realidade, pede a intervenção de quem de direito no sentido de se rever o mais rápido possível a situação que deixa centenas de famílias na penúria. “Nós também lutamos por este país, agora que estamos em paz, era bom que fôssemos igualmente contemplados nas benesses desta terra, que nas horas difíceis não olhou para quem, apenas pediu a todos os seus filhos que saíssem em sua defesa”, disse. Entretanto, o Diário da República de 1 de Março de 2018 na sua primeira série sob o nº 29, vem recomendado pela Assembleia Nacional que se conclua o processo dos efectivos do ex-MINSE na Caixa Social do MININT. Apesar deste instrutivo, o processo parece estar longe de acontecer. “Se o Diário da República diz que os efectivos do MINSE devem ser incluídos na Caixa de Protecção Social do Ministério do Interior, por que é que não o fazem? Não entendemos isso”, desabafou.