Ilha do Sal - Íntegra do discurso pronunciado nesta quarta-feira pelo Presidente da República, João Lourenço, no encerramento da XII Cimeira da CPLP.


Fonte: Angop

Ilha do Sal, 18 de Julho de 2018.

SUA EXCELÊNCIA JORGE CARLOS FONSECA, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE CABO VERDE;

SUA EXCELÊNCIA MICHEL TEMER, PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL;

EXCELÊNCIAS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA CPLP;

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DRA. MARIA DO CARMO SILVEIRA, SECRETÁRIA EXECUTIVA DA CPLP;

SENHORES MEMBROS DAS DELEGAÇÕES PRESIDENCIAIS;

ILUSTRES CONVIDADOS;

MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES;

Terminou esta décima segunda cimeira da CPLP, após vários dias de trabalho intenso, realizado ao nível técnico e do Conselho de Ministros da nossa organização, durante os quais foram preparados os documentos apreciados e aprovados por nós, Chefes de Estado e de Governo membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

 

Devo referir a grande qualidade destes documentos, nos quais estão plasmados os objectivos, os anseios e as grandes metas a atingirmos nos próximos dois anos em que a República de Cabo Verde, com o seu saber, experiência e labor, garantirá a realização de tais propósitos.

 

É evidente que as tarefas a serem realizadas pela CPLP não se esgotarão no mandato de Cabo Verde e do Senhor Presidente Jorge Carlos de Almeida Fonseca, mas acreditamos que se reforçará nesse período, o peculiar dinamismo da nossa organização, que apesar das suas características muito próprias, tem revelado uma grande capacidade para pôr em prática e realizar acções que de algum modo levarão os nossos países a aprofundar a cooperação e o intercâmbio a todos os níveis, capaz de favorecer a consolidação das bases sobre as quais assentam a edificação do progresso e desenvolvimento de cada um dos nossos Estados.

 

A Declaração de Santa Maria é bem o reflexo deste sentimento de dinamismo a que fiz referência, não só por causa do balanço positivo que faz sobre o trabalho realizado até aqui, mas também pela perspectiva realista que define para o futuro da CPLP.

 

Constato com grande satisfação, que ao nível da nossa organização se trabalha com entusiasmo, porquanto está claro na Declaração de Santa Maria, que o nosso programa foi concebido na base de uma visão realista do nosso potencial, das nossas capacidades e do querer dos nossos Povos.

 

Tenho consciência da complexidade de alguns temas consagrados na declaração e devo dizer que há um em particular, que é o da mobilidade dos cidadãos, sobre o qual nos devemos debruçar com atenção e até com alguma urgência, para que a CPLP seja de facto uma organização em que não só a língua e a cultura sejam factores de aproximação, como fundamentalmente a circulação dos cidadãos entre os Estados membros.

 

Os nossos cidadãos devem perceber que vale a pena fazer parte da comunidade, não só pelos actos de cooperação que aqui e ali vamos realizando, com maior ou menor intensidade, mas principalmente pelas vantagens directas e até pessoais que poderão obter do facto de estarem inseridos numa comunidade como a nossa.

 

Ouvimos várias alocuções feitas nessa Cimeira, que nos amimam e encorajam a manter os esforços que temos vindo a envidar para que a CPLP seja um espaço consolidado de democracia, de diálogo, de paz, de respeito pelos Direitos Humanos e de cooperação entre todos, para promovermos conjuntamente esses valores pelos quais pugnamos em todos os pontos do planeta onde for possível prestarmos a nossa ajuda para a consecução desses objectivos.

 

Quero terminar enaltecendo a República de Cabo Verde, o Povo de Cabo Verde, os técnicos e todo o pessoal que colocou os seus esforços na organização desta Cimeira, que foi sem dúvida um êxito.

 

Desejo igualmente a Sua Excelência Senhor Jorge Carlos de Almeida Fonseca, Presidente da República de Cabo Verde, os maiores sucessos no desempenho das funções que assume a partir de hoje como Presidente em exercício da CPLP, para os próximos dois anos.

Muito obrigado pela vossa atenção.