Luanda - O processo denominado “Rufino” chegou ao fim, com condenação dos réus, dos quais foi sentenciado a 18 anos de prisão o militar José Tadi, autor do disparo mortal contra o adolescente Rufino António em 2016, enquanto os outros três réus foram condenados a um ano de pena correccional condicionado e indemnização de um milhão de Kwanzas cada militar a favor da família da vítima.

*Simão Hossi
Fonte: Radio Angola

Foi assim que o juiz e o seu colectivo condenaram, em nome do povo, mas os réus não concordaram pelo facto de estes alegadamente terem sido mandatados pelos seus superiores, que apontam ser o coronel Dongwa, e este recebera orientações do general Carlitos Wala, chefe da região militar de Luanda, em resposta ao pedido da Zona Economia Especial de Luanda (ZEE).

 

Para o activista da ONG SOS Habitat Rafael Morais, que acompanhou o processo desde o início, diz estar satisfeito com a sentença. O activista salientou que devia ser também condenado o chefe da missão que resultou em morte do adolescente, o Coronel Dongwa, e igualmente o general Wala. Por estarem impunes, Rafael Morais acha que foi aplicada uma sentença a peixes miúdos enquanto os responsáveis verdadeiros estão soltos.

 

O tio do malogrado, falando aos jornalistas no final do julgamento, disse estar satisfeito com a sentença aplicada ao réu mas reforça a opinião de Rafael Morais que dá conta da impunidade dos responsáveis máximos da fatídica missão.

 

O advogado da família, Luís Nascimento, também está de acordo com as penas aplicadas, mas discorda com o valor da indemnização, que considera baixo demais, pelo que vai recorrer ao Tribunal Supremo para exigir que o Estado seja obrigado a indemnizar a família com 20 milhões de Kwanzas.