Luanda - A delegação da ONU em Luanda considerou hoje que Angola está a dar passos para assegurar que investimentos futuros tenham em conta a redução de riscos, como inundações e secas, que em 2017 afetaram 1,5 milhão de pessoas.

Fonte: Lusa

A constatação vem expressa num comunicado de imprensa do Gabinete do Coordenador Residente das Atividades Operacionais do Sistema das Nações Unidas para o Desenvolvimento de Angola, distribuído hoje, em Luanda.

 

O Governo angolano, com o apoio da equipa da ONU em Angola e do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (UNISDR), realizou, na semana passada, um seminário de cinco dias sobre a Redução de Risco de Desastres para 50 oficiais seniores de vários ministérios, incluindo a Comissão Nacional de Proteção Civil e outras organizações nacionais e internacionais ligadas ao assunto.

 

Na sua intervenção, o coordenador residente das Nações Unidas, Paolo Balladelli, disse que 1,5 milhão de pessoas foram afetadas, em 2017, pelo fenómeno de secas e inundações, "com muitas mortes, especialmente no sul do país".

 

Paolo Balladelli enfatizou que a "perda de vidas humanas e de meios de subsistência devido a desastres naturais afetou significativamente o crescimento económico de Angola", considerando "extremamente importante aumentar a resiliência da população, garantindo que o risco de desastres e o impacto das mudanças climáticas não comprometam os esforços em alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em Angola".

 

No evento, que contou na sua sessão de abertura com a presença das ministras da Educação, Cândida Teixeira, do Ordenamento do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, e da Ação Social, Família e Promoção da Mulher, Vitória da Conceição, Luca Rossi, do UNISDR, disse que Angola inclui-se no grupo de países cuja economia em transição costuma registar os números mais altos de perdas económicas diretas e indiretas.

 

"Isto pode ser um travão aos esforços de desenvolvimento e contribuir para que as comunidades mais pobres continuem a viver no limiar da pobreza. Angola inclui-se neste grupo", referiu.

 

Os participantes no encontro concluíram que Angola deverá servir como país modelo para a África Ocidental, no Quadro de Sendai para a Redução de Risco de Desastre 2015-2030 - que apela a que os planos nacionais dos países reflitam a necessidade da diminuição de mortes por desastres, redução do número de pessoas afetadas e perdas económicas inerentes - e no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias setoriais e inclusivas para a redução de desastres.

 

"Este workshop é um pilar na implementação do Quadro de Sendai em Angola, mas mais esforços são necessários para conseguir construir comunidades resilientes e alcançar o desenvolvimento sustentável", referiu Luca Rossi.

 

Angola enfrenta há vários anos quadros cíclicos de seca e de inundações, sobretudo no sul do país, atingindo maioritariamente as províncias do Cunene, Huíla e Namibe.