Luanda - A polícia angolana deteve um suspeito de ter matado um engenheiro francês, em novembro de 2016, quando este se encontrava na sua residência na região de Cabinda, noticiou hoje a Televisão Pública de Angola (TPA).

Fonte: Lusa

A TPA, que cita o porta-voz da polícia provincial cabindesa, Florêncio de Mónica, que não adianta, porém, mais pormenores sobre as condições da prisão, nome e nacionalidade do detido e quais as razões do crime.

Benoît Nayme, 26 anos, trabalhava desde 2014 em Angola, na Friedlander, subcontratada da petrolífera norte-americana Chevron, quando, na noite de 30 de novembro de 2016, um grupo de desconhecidos entrou na sua residência e o espancou até à morte, sem que tenham sido desde então detidos quaisquer suspeitos.

Inicialmente, a polícia angolana pensou tratar-se de um assalto que correu mal, mas a tese não vingou, passando a investigação a ser redirecionada para homicídio.

Em março de 2017, foi aberta uma investigação judicial por "homicídio doloso" pelas autoridades em França.

Descontente com os progressos da investigação local, a família da vítima, natural de Saint-Etienne, centro de França, mobilizou-se para que as autoridades francesas fizessem pressão sobre Angola.

Em abril deste ano, a Lusa noticiou que o Presidente angolano, João Lourenço, autorizou, por despacho, a cooperação pontual entre a Justiça nacional e as autoridades francesas para investigação do homicídio, de forma a esclarecer as circunstâncias da morte do engenheiro.

Pouco depois, o advogado da família, André Buffard, disse à agência France-Presse que o caso continuava a ser investigado, havendo vários cenários.

"Entre as hipóteses a serem verificadas está a possível descoberta de um caso de corrupção pelo jovem engenheiro enviado como um gerente de projeto para Cabinda", disse então André Buffard.

A 28 de maio último, durante a visita oficial que João Lourenço então efetuou a França, os familiares do engenheiro francês Benoît Nayme foram recebidos no Palácio do Eliseu por conselheiros do Presidente francês, Emmanuel Macron, pedindo respostas para o homicídio.

A mãe, Josiane Nayme, e a filha, Clémence, irmã da vítima, sentaram-se em frente ao Eliseu, em Paris, numa tentativa de chegar à fala com o Presidente angolano e ambas acabaram por ser recebidas pelo assessor presidencial para a África do Eliseu.