Lisboa - Primeiros 20 dos 200 professores/formadores que José Sócrates prometeu enviar este ano para Angola partem em Setembro. Dificuldades logísticas ditaram o atraso

Governo angolano, paga 47% dos 10 milhões de euros

O envio de professores para Angola, anunciado há mais de um ano, em Luanda, pelo primeiro- -ministro, vai finalmente começar a concretizar-se em Setembro, numa data ainda por definir. Dos 200 docentes/formadores previstos no projecto "Saber Mais", seguirá o primeiro contingente de 20, divididos em dois grupos: oito para a província de Benguela e 12 para o Namibe.


O atraso no arranque desta iniciativa de cooperação - José Sócrates chegou a dizer que os professores poderiam chegar em 2008 - é justificado pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) com "dificuldades logísticas" para acomodar os professores, "sobretudo para lhes encontrar habitação".


Segundo explicou ao DN Manuel Correia, presidente do IPAD, "nenhum" dos professores a enviar irá para Luanda - onde existe uma escola portuguesa, da rede do Ministério da Educação. "São professores que vão ajudar a preparar colegas angolanos para o ensino secundário, que está a crescer em Angola. E entendeu-se que era importante que se distribuíssem pelas províncias".


O contraponto é a necessidade de mobilizar os diferentes governadores provinciais para.


Da parte do Governo angolano, que paga 47% dos 10 milhões de euros da iniciativa e 1126 dos 2500 euros mensais que serão pagos aos professores, a resposta é considerada "muito positiva. Nomeadamente do vice-ministro da Educação, Pinda Simão".


Já nas províncias, responsáveis pelo alojamento, Manuel Correia assumiu que o envolvimento tem sido "variável" de caso a caso. "Mas remos a esperança de que estes projectos tenham sucesso e sirvam de facto de mobilização".


No total, 624 professores portugueses candidataram-se aos 200 lugares para Angola. Número que Manuel Correia considerou "elevado", mas "dentro da linha" do que tem sido a procura de outros países de expressão portuguesa onde o IPAD tem projectos na área da Educação (ver caixa).


De resto, segundo disse ao DN Lucinda Manuela, da Federação Nacional da Educação, as oportunidades de trabalho para professores portugueses neste país, no público e privado, ainda "não têm acompanhado" o que vem sucedendo noutras áreas.


Fonte: DN