Luanda - Estudantes da Universidade Lusíada de Luanda que nesta sexta feira concentraram-se no anfiteatro daquela instituição denotam baralhados face a intervenção de Rosa Cruz e Silva feita na palestra que visou homenagear,  o primeiro presidente do MPLA, Mario Coelho Pinto de Andrade que completaria 81 ano de nascimento.

ImageUm dos oradores ao tema, Vicente Pinto de Andrade falou da ligação do homenageado ao MPLA tendo mais a frente recorrido a estudos do Historiador Carlos  Pacheco que revela que este movimento não foi fundado em 1956 como alega os livros partidários. Vicente  Pinto de Andrade apoiou-se ainda em dizeres de um outro membro fundador do MPLA, Joaquim Pinto de Andrade que em vida, chegou a escrever/reconhecer, no prefacio da obra de Carlos  Pacheco a existência de alteração da data deste  partido.

De acordo com presentes na sala, os alunos viram se baralhados com a intervenção de Rosa Cruz e Silva que para alem de ter minimizado o trabalho do historiador Carlos Pacheco defendeu que o MPLA nasceu “sim” em 1956 e que o manifesto do mesmo fala por sim. Disse ainda que no manifesto escrito por Viriato da Cruz (fundador e primeiro SG do MPLA), o mesmo descreveu, na altura, sobre a ocorrência de uma conferencia de economistas que acontecia em Luanda na qual a Ministra por via das suas pesquisas certificou que a mesma foi realizada em Setembro de 1956 razão   pela qual sente-se certa/segura  que este partido nasceu neste ano.

Entretanto, no fim da conferencia e já fora da mesma uma corrente de estudantes aparentemente “iluminada” analisou a intervenção da Ministra da seguinte forma:

- “destinada” a abafar/humilhar a posição de   Vicente Pinto de Andrade
- Os estudantes alegam que embora o manuscrito tenha sido escritos em 1956 não quer dizer que o mesmo tenha  nascido naquele ano uma vez que há conhecimento de dados provando  que o seu antigo Presidente Mario Pinto de Andrade apenas passou assinar ou a despachar como líder  do MPLA depois de 1960 (data da real fundação, segundo V P Andrade)
- A intervenção feita pela Ministra foi encarada como metodologia para “agradar” o regime e para não comprometer o mesmo. A dirigente fez questão de dizer que estava a falar como Historiadora.

Vicente Pinto de Andrade apelou a preservação dos valores de identidade do MPLA e reconhecimento da figura do seu primeiro fundador tendo louvado a presença na sala de Dino Matross, SG do partido no poder e mesmo da Ministra. Porem, os estudantes notaram que em momento algum a Ministra fez algum agradecimento ou reconhecimento em nome do Ministério  que dirige  mas sim na sua qualidade de historiadora.

De acordo com uma colecta, os estudantes acabaram por ficar mais baralhados ao não verem  a Ministra a fazer reconhecimento desta figura de vulto em nome do governo. O não reconhecimento foi ainda despertado por Vicente Pinto de Andrade ao lembrar que a declaração do BP do MPLA em homenagem a Mario C Pinto de Andrade  é “insuficiente” porque omite em dizer que o mesmo foi primeiro presidente do MPLA. Apresentam lhe apenas como “nacionalista angolano”.

Ainda quanto ao não reconhecimento a Ministra alegou que já há um livro que conta/fala da historias destas figuras, porem, a corrente de estudantes, defende-se no seu circulo de que a obra citada é um livro partidário. (omite figuras como Alberto Neto autor da bandeira do MPLA, hoje presidente do Partido democrático Angolano,  PDA, tal como omite o seu nome numa foto em que o mesmo se encontra em viagem pela China numa delegação a três dirigida por Agostinho Neto.)

Fonte: Club-k.net