Lisboa - José Filomeno dos Santos, ex-presidente do Fundo Soberano de Angola, foi colocado em prisão preventiva, segundo confirmou o Observador junto da defesa do filho do antigo presidente angolano. Zenú é acusado dos crimes de associação criminosa, tráfico de influência, burla e branqueamento de capitais.

Fonte: Negocios

Está cada vez mais estreito o cerco à família do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. José Filomeno dos Santos, ex-presidente do Fundo Soberano de Angola e filho do antigo chefe de Estado, foi colocado em prisão preventiva, segundo avança o Observador após receber confirmação de fonte da defesa de Zenú.


Esta decisão surge depois de, na passada sexta-feira, o Ministério Público angolano ter acusado formalmente Filomeno dos Santos da prática de quatro crimes: associação criminosa, tráfico de influência, burla e branqueamento de capitais. Crimes alegadamente praticados enquanto líder do FSA, constituído em 2012. No mesmo dia, o ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás, exonerado em Junho pelo actual presidente de Angola, João Lourenço, foi também detido por suspeitas de peculato, corrupção e branqueamento de capitais, alegadamente envolvido no caso relativo ao desvio de dinheiro do Conselho Nacional de Carregadores, órgão sob tutela do seu ministério.

 

Ainda segundo o Observador, o empresário Jean-Claude Bastos Morais também foi detido.

 

Além de Zenú, também o ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA) está acusado dos mesmos crimes, a que acresce ainda o de peculato no caso dos 500 milhões de dólares transferidos para uma conta bancária em Londres, uma operação que também envolve José Filomeno dos Santos.

 

Afastado do FSA em Janeiro, Zenú tinha sido constituído arguido em Março no caso da transferência irregular de 500 milhões de dólares para uma conta de um banco sediado no Reino Unido.

 

Este conjunto de iniciativas do sistema judiciário angolano parece confirmar a promessa de luta sem tréguas contra a corrupção feita pelo presidente João Lourenço, que entretanto, em Setembro, substituiu José Eduardo dos Santos na liderança do MPLA, reduzindo ainda mais a capacidade de acção e influência por parte do ex-presidente.

 

O núcleo duro da família dos Santos parece ser o alvo central destas acções. Recorde-se que também a filha do ex-presidente, a empresária Isabel dos Santos, foi exonerada da liderança da Sonangol, a principal empresa do Estado angolano.