Luanda - O departamento de estudos económicos do banco Standard considera que o sentimento dos investidores relativamente às reformas em Angola é positivo, apesar de reconhecerem que há muitos desafios pela frente e que os resultados ainda não apareceram.

Fonte: Lusa

"Houve um inegável sentimento positivo entre os investidores sobre Angola devido às reformas em curso, algo que foi evidente nas reuniões que realizámos à margem dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial", escrevem os economistas numa nota enviada aos investidores, e a que a Lusa teve acesso, na qual alertam, no entanto, que "também há inegáveis evidências sobre as fraquezas estruturais que têm limitado o crescimento da economia".

As reformas, lê-se na nota, "têm como objetivo primordial desbloquear o crescimento económico, ao remover os impedimentos estruturais, e ao mesmo tempo garantir que a estabilidade macroeconómica global não é comprometida".

Os esforços reformistas, dizem os analistas do Standard Bank, "ainda estão por apresentar resultados notáveis", exemplificando que "ainda há falta de moeda estrangeira, e a economia deverá provavelmente estar em recessão também este ano", mas sublinham que "os investidores parecem agradados com as melhorias na governação desde a eleição do Presidente João Lourenço", em setembro do ano passado.

"Parece que o mercado acredita que o Governo vai fazer o que for preciso para restaurar o equilíbrio macroeconómico", escrevem os analistas, que dizem ter recebido uma indicação de que as negociações com o FMI para um programa de assistência financeira estarão concluídas até final do ano, como disse o ministro das Finanças em entrevista à Lusa, em Bali.

"Um representante do FMI salientou, durante as nossas reuniões, o agressivo ajustamento orçamental do Governo devido à descida dos preços do petróleo desde 2015", por isso, concluem os analistas, "chegar a acordo pode não ser muito difícil e pode até acontecer antes do final do ano".