Luanda - O coordenador da ONG cívica ‘SOS-HABITAT’, Luís Araújo, denunciou estar a ser vítima de ameaça de morte. O líder cívico fez a denúncia em entrevista concedida à Rádio Ecclesia no último fim-de-semana.


Fonte: Apostolado/Club-k/SOS


Confira carta integral em anexo de Luís Araújo
enviada para as autoridadescompetentes

O activista cívico garante que teve conhecimento das ameaças através de um dos seguranças da sua organização.


«Não sei quem ordena isto. O Zé é que disse que queriam atacar-me por causa da minha actividade com as demolições, com os desalojamentos forçados», disse.


O sujeito, que se alegava da segurança do Estado, identificou-se como Francisco Camate e pressionou o Zé com o seguinte dizer, entre outros: «teu patrão será morto a qualquer momento.»


Araújo acha que «alguma coisa na consciência dele (o seu guarda Zé) disse que ele deveria denunciar, portanto ele deveria recuar em relação a isso e informar-nos porque, caso isto não estivesse sucedido, provavelmente nos próximos dias teríamos um notícia mais grave.»


Por enquanto, ele evita «afirmações categórico» e interroga: «quem estaria interessado que eu fosse abatido? Quem se sente incomodado por mim?»


«Quando eu coloco estas perguntas, eu sei quem está incomodado pela actividade que nós SOS-Habitat levamos a cabo», completou.


Apesar do clima, Araújo diz que vai continuar a ser defensor dos direitos humanos e que já levou o caso à Polícia.


«Se é dessa maneira que este regime, este governo me quer intimidar, isto não vai diminuir a minha actividade este tipo de coisas», rematou.

 

«Pela plena cidadania e um habitat harmonioso» PARTICIPAÇÃO


SOS Habitat – Acção Solidária

Ao Exmo. Sr. Comandante da Esquadra da Policia nacional do Benfica, Samba, Luanda.
C/c:

- Exmo. Sr Procurador Geral da
Republica

- Director Nacional de Investigação
Crimnal

- Director Provincial da Investigação
Criminal

Eu, Luís Gualdim Marinha Nunes Araújo, natural de Luanda, cinquenta e cinco anos de idade, titular do B.I nº 000399159LA031, venho por meio desta participação informar que, dia 21 de Agosto, me foi revelado pelo senhor José Chipopolo, guarda dos escritórios da Associação SOS Habitat, de cuja Direcção sou Coordenador, que desde o dia 8 de Agosto em curso até ao dia 21 do mesmo mês, ele foi objecto de aproximação feita por um individuo que até então lhe era desconhecido e que, finalmente, dia 20 de Agosto, o convidou pata colaborar na realização dum assalto aos escritórios da SOS Habitat e à minha residência com o fim de ser realizado um atentado contra a minha vida e ao mesmo tempo, conforme o senhor Chipopolo nos informou, apoderarem-se de arquivos da SOS Habitat. Tal acto não ocorreu porque o senhor Chipopolo denunciou esse plano.


Imediatamente essa situação foi por mim e pelo Guarda Chipopolo comunicada ao país e ao mundo pela Rádio Eclesia e pela Voz da América, no dia 21 de Agosto do ano em curso.


O senhor Chipopolo, guarda da SOS Habitat, informou-nos que a pessoa que o estava a instruir para a prática desses crimes lhe disse chamar-se Francisco Kamati e ser um agente da investigação criminal, de origem da Província da Huila que se identificou pela língua nacional em que falaram como sendo de origem Nhaneca Humbi.


O senhor Chipopolo revelou à equipa de activistas da SOS Habitat que o tal Francisco Kamati o havia instruído para que o informa-se sempre, por telefone, quando eu, Luís Araújo, me deslocasse, indicando-lhe em que carro e com que roupas estivesse vestido e também no caso de me ver sair de casa com malas, como se fosse viajar, o informasse imediatamente.


O senhor Chipopolo comunicou-nos ainda que o tal Francisco Kamati lhe perguntou sobre com quem vivo em minha casa e pediu-lhe para se apoderar das chaves da minha casa para facilitar a entrada e a execução desse plano sem se alarmar a zona onde resido, que fica situada a cerca de sessenta metros do Posto Policial do Benfica, na orla marítima.


Depois dessa informação a equipa de activistas da SOS Habitat solicitou ao senhor Chipopolo para telefonar ao tal Francisco Kamati, com o altifalante do seu telefone aberto, tendo dessa forma a equipa da SOS Habitat verificado serem verdadeiras as informações do guarda Chipopolo, pois nessas comunicações está registado o interesse pelo controle dos meus passos assim como pelo arquivo da SOS Habitat.


O senhor José Chipopolo revelou esse plano primeiro aos Activistas André Augusto e Rafael Morais.


Posteriormente, o guarda Chipopolo desenvolveu essa revelação a mim próprio e a todos os activistas da SOS Habitat presentes nessa sexta feira dia 21 de Agosto. São esses activistas as senhoras, Vitória F. da Costa, Eva Pedro, e os senhores, André Augusto, Rafael Morais, Alberto Sivi e Caetano F. Costa. Essa revelação ocorreu no período da manhã. No período da tarde do mesmo dia também os activistas Manuel Pinto e Mateus Francisco Damião também escutaram as revelações do guarda Chipopolo que aqui participamos à Policia Nacional para que sejam tomadas as medidas que a lei prescreve.


Considerando o elevado nível de perigo em que me encontro, assim como os meus filhos que vivem comigo, solicito que me seja concedida protecção feita pela Polícia Nacional.


Luanda, 23 de Agosto de 2009-08-23
Luís Gualdim Marinha Nunes Araújo

 

-- Nota: Consulte --
* Últimos artigos/relacionados publicados: - Luís Araújo no Club-k