Lisboa - A rede “Supermercado Kero” sofreu aquela que é considerada  a primeira inspecção por parte das autoridades aduaneiras desde a sua criação. A medida governamental, surge um ano depois de a Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC) ter alertado que efectivos do Ministério do Comércio se escusavam de efectuar inspecções normais nos supermercados ‘Jumbo’, ‘Kero’, ‘Shoprite’ e ‘Maxi’ que várias vezes foram alvos das suas denuncias.

Fonte: Club-k.net

Não pagavam imposto ao Estado

O Supermercado Kero é detido pelo grupo Zahra pertencente ao antigo trio presidencial (Manuel Vicente, Manuel Hélder Vieira Dias e Leopoldino Fragoso do Nascimento),  ligado ao ex-Chefe de Estado,  José Eduardo dos Santos.

 

Desde a abertura do seu primeiro espaço comercial, em Dezembro de 2010, os produtos do Kero não pagavam imposto ao Estado, porque chegavam a Angola através de um terminal do Porto de Luanda, tratado  por “Porto Militar” gerido pela Casa de Segurança da Presidência da Republica.

 

Segundo apurou o Club-K, a inspeção ao Kero foi paralela a uma ordem presidencial determinada a encerrar parcialmente o chamado “Porto Militar ” que era usado, fora do controle das autoridades aduaneiras para a transportação de produtos do Kero e de material de empresas chinesas de construção ligadas ao generais próximos a JES.

 

A lei angolana determina que nenhuma empresa pode beneficiar de impostos alfandegários mesmo que sejam importações para o sector de defesa e militar, a não ser que seja material bélico.

 

No sentido de favorecer os seus generais, o ex-Presidente José Eduardo dos Santos enquanto esteve no poder, aprovou em 2016, seis decretos em favor das empresas do grupo Zahara, como incentivos fiscais e aduaneiros.

 

JES colocou também o KERO a beneficiar de isenção no imposto industrial que obriga as sociedades comerciais a pagarem 30% dos seus lucros ao Estado angolano.

 

Subida dos preços dos produtos 

 

Segundo soube o Club-K, o supermercado Kero, está  em vias de subir os preços dos seus produtos uma vez que, estes passarão a pagar imposto ao Estado.

 

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