Excelência Senhor Presidente, da Assembleia Nacional,
Exmos senhores representantes do titular do poder executivo,
Aos eleitos do povo,
Minhas senhoras e meus senhores,

Eu gostaria de aproveitar os meus escassos minutos para levantar mais uma vez, em sede da discussão na generalidade do OGE 2019, um assunto que diz respeito a todos nós pois trata-se de um pressuposto para a consolidação da paz, esse bem essencial para o desenvolvimento económico e social do país.

Intervenho como deputado, obviamente, mas é sobretudo como um dos partícipes nas várias iniciativas dos angolanos conducentes a encontrar os sempre difíceis caminhos da paz, desde Bicesse ao Luena passando por Lusaka.

Exa Sr. Presidente,

Estão presentes nesta sala, não ‘’arquitetos da paz’’, porque não podem ser muitos, mas pelo menos ‘’operários altamente qualificados’’ que carrearam a sua pedra, à custa de enormes sacrifícios para reerguer a nossa casa comum, este gigantesco e complexo edifício que se chama Angola, depois de longos anos de profundas divisões.

Falo de Sexa o Sr. PAN, dos mais velhos José Samuel Chiwale, França Ndalu, Higino Carneiro, Faustino Muteka, Pitra Neto e Serafim do Prado, para apenas citar os que estão presentes.

Quero lembrar que todos juntos desde Bicesse e Lusaka, reiteramos na sequência dos Entendimentos do Luena, o compromisso de velarmos pela Reinserção Social Condigna dos homens a quem todos nós durante anos ensinamos apenas a arte da guerra.

Para não variar, porque tem sido assim em todos os OGE, desde 2008 que estou nesta casa, o OGE 2019, no seu Relatório de Fundamentação, reitera que um dos seus objectivos, alinhado com o Plano de Desenvolvimento Nacional, é a Consolidação da Paz. Consolidar a paz é antes demais cuidar, prestar uma atenção particular a esses homens e mulheres que de um lado e de outro da barricada cumpriram com sacrifício a sua missão.

Senhor Presidente,

É particularmente pungente ver boa parte desses angolanos, sem eira nem beira, vagueando pelas ruas ou em enormes filas nas diferentes Agências que se ocupam de pensões, tentando uma vez mais a sorte de serem atendidos.

O meu apelo vai no sentido ver este OGE, na rubrica destinada à consolidação da paz, empreender acções concretas e mensuráveis a favor de todos os ex-combatentes, independentemente da sua filiação, como resposta ao seu clamor nesta nova era que o nosso país está a viver.

Eles gostariam também de estar em paz, na paz que eles ajudaram a alcançar.

Muito obrigado pela vossa atenção

14/11/18