Na Europa oiço sempre dizer que Angola é um país rico, grande, e que tem lugar para todos. Não não, senhores e senhoras. Angola é um país grande, rico, mas pertence aos angolanos, cabendo a estes determinar quem nele deve entrar e ficar. Concordo que devido à globalização os países se tornam cada vez mais próximos nas suas relações políticas, económicas e culturais, o que certamente não significa dizer que o meu país pertence a todos.

É necessário realmente haver boas relações entre países, mas sempre na base da reciprocidade, tomando-se cuidado para que as mentes colonizadoras não voltem a tentar ocupar Angola. Aliás, os angolanos hoje em dia, apesar de ainda não bem instruídos, já conseguem discernir quem vai a Angola com boas ou más intenções. Isso é muito importante.

Durante muitos anos tivemos guerras sangrentas, maioritariamente patrocinadas pelas grandes potências mundiais, com particular destaque para a Rússia, América e Europa. Sobretudo a Europa, é um continente que na verdade não tem interesse de ver a África a crescer, pois quanto mais a África permanecer pobre, melhor para o desenvolvimento do velho continente que ainda hoje vê os africanos como escravos modernos.

Angola já não tem guerra graças ao empenho dos próprios angolanos que por iniciativa própria souberam dar conta que os destinos do seu país iam de mal a pior. Antes disso, no passado, tivemos sempre a oportunidade de ter mediações estrangeiras em nossos processos de paz de 1975, 1992 e 1994, mas isso nunca resultou em nada de positivo.

 Claramente, a intromissão de estrangeiros, europeus sobretudo, nos nossos processos internos sempre foi para agitar e criar confusão, pois a guerra em Angola sempre lhes convinha. A guerra em Angola produzia riquezas para as grandes potências pois, desta forma, América, Europa e Rússia podiam vender material bélico em massa, enquanto que os angolanos não detinham o controlo do seu próprio território.

Por outro lado, as grandes potências também aproveitavam-se sempre da situação de instabilidade para levar o petróleo e diamantes angolanos gratuitamente, empobrecendo cada vez mais quem fosse angolano.

COCLUSÃO
Qual é então a razão que faz com que estrangeiros, sobretudo europeus do ocidente, gostem muito de Angola? Os estrangeiros extra-África gostam dos angolanos como povo? As respostas são muito simples: Os ocidentais gostam muito de Angola porque eles carecem de muitos recursos naturais de extrema importantância; eles não gostam dos angolanos como pessoas, mas sim como servidores (escravos); eles têm medo do crescimento económico-intelectual e da estabilidade política nascente e crescente dos angolanos e africanos nos últimos tempos.

O melhor que a Europa pode fazer nos dias de hoje é começar a esquecer que Angola é o reservatório de riquezas deles. A Europa também deve aprender que hoje os angolanos exigem relações na base da igualdade.
OBS: angolanos, invistam na educação, de forma a nunca mais dependermos totalmente de estrangeiros num futuro próximo.

* Pedro Veloso
Fonte: Club-k