Luanda - Os bispos católicos desafiaram a sociedade angolana a dar mais atenção aos "pobres, abandonados e desfavorecidos" do país, considerando "imperioso" um maior compromisso no seu apoio.

Fonte: Lusa

O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, Filomeno Vieira Dias, considerou que dar mais atenção aos "pobres, abandonados e desfavorecidos" do país é o grande "desafio" da Igreja e da sociedade.


Os bispos católicos desafiaram esta segunda-feira a sociedade angolana a dar mais atenção aos “pobres, abandonados e desfavorecidos” do país, considerando “imperioso” um maior compromisso no seu apoio.

 

No discurso inaugural da assembleia da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), o presidente do órgão, Filomeno Vieira Dias, considerou que este é o grande “desafio” da Igreja e da sociedade. De acordo com o Filomeno Viera Dias, o compromisso com a pobreza é também um desafio da Igreja Católica angolana, porque, observou, “é um desafio que brota da fé, da nossa sensibilidade humana”.

 

Pois, adiantou, a “sensibilidade humana passa pela prática da caridade, o amor fraterno é a ação transformadora da sociedade que combate a pobreza e recupera a dignidade de cada pessoa como filho de Deus. “É imperioso que todas as pessoas da Igreja, que todos os que sintam unidos a Cristo, é imperioso que todos os homens e mulheres de boa vontade no nosso país, que todas as pessoas consagradas se comprometam com os mais desfavorecidos”, exortou.

 

Falando na abertura desta II Assembleia Ordinária da CEAST, que decorre, em Luanda, até sexta-feira, o também arcebispo de Luanda, recordou igualmente a necessidade de a Igreja fazer uma “autoavaliação” sobre o que tem feito em prol dos “mais desfavorecidos”.

 

E que “nos interroguemos de modo particular: o que faço pessoal e comunitariamente pelos mais desfavorecidos? O que estamos a fazer pelos que sofrem? As nossas obras são verdadeiramente obras de caridade com atenção focada no pobre e nos abandonados?”, questionou.

 

Para o presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, nas questões sobre a solidariedade da Igreja para com os pobres, deve ser alvo de reflexão também o que de modo “programado e sistemático” é feito, internamente, para “promover os excluídos”. “Este é um desafio que se coloca, é incontornável, pois neste jubileu, que marca dos 50 anos de existência da CEAST, que estamos a celebrar devemos recordar que um dos principais beneficiados são os excluídos”, apontou.

 

O arcebispo católico reafirmou ainda na sua intervenção o “compromisso” da Igreja para com a “conservação da natureza e na busca harmoniosa da convivência com todas as criaturas existenciais”.

 

Na Assembleia, que esta segunda-feira se inicia, a juventude será um dos temas em reflexão, no âmbito da trienal dedicada a juventude: “dizer que seremos uma Igreja que caminha com os jovens, que sente como os jovens, que confia e acredita nos jovens?”.