Luanda - Há muito que activistas, juristas e cidadãos de diversos sectores criticam a morosidade da justiça angolana com implicações na extrapolação dos prazos da prisão preventiva.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

No passado dia 24, esgotou-se o prazo de 45 dias para a prisão preventiva do antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos e do director-geral da Quantum Global, Jean-Claude Bastos de Morais, facto que volta a trazer à luz pública este tema.

 

Santos e Bastos de Morais encontram-se presos sob a acusação de desvios de fundos e associação de malfeitores.

 

Salvador Freire, jurista e presidente da Associação Cívica Mãos Livres, defende que passados os 45 dias da prisão preventiva, era o momento de se ter alterado a modalidade de coação.

 

“O Ministério Público conhece os prazos e como está em segredo de justiça devia alterar a medida de coação”, diz Freire.

 

Opinião contrária tem o jurista Pedro Kaparacata para quem é normal a alteração da medida cautelar de qualquer arguido desde que as razões da prisão preventiva já não se justifiquem, mas afirma que em relação a José Filomeno dos Santos “ainda está dentro dos prazos porque a nova lei alarga ainda mais os prazos”.

 

Contactado pela VOA, o porta-voz dos Serviçoes Penitenciários, Meneses Cassoma, esclareceu não ter recebido até ao momento qualquer notificação para alteração da medida cautelar.

 

Não foi possível ouvir os advogados de Santos e Bastos de Morais.