Luanda - A cervejeira Ngola e a fábrica de refrigerantes Coca-Cola, ambas detidas pelo grupo francês BGI, desenvolvem desde quinta-feira processos de rescisão de contratos de trabalho, que devem culminar no final desta semana com o despedimento de 94 trabalhadores.

Fonte: Angop

Segundo a Angop, dos trabalhadores abrangidos pela medida, 72 estão ligados à cervejeira Ngola e 22 à fábrica de refrigerantes.

Fontes ligadas ao sindicato de trabalhadores das duas fábricas disseram tratar-se de um processo cujas negociações decorrem desde Agosto último e que prevê um pacote “especial” de indemnizações, com acréscimo de 30por cento sobre os valores estabelecidos por lei, em casos de despedimento por iniciativa do empregador.

A direcção de comunicação e marketng, que responde pelas duas empresas, segundo a Angop, recusou-se a falar sobre o assunto, remetendo-o Aà responsabilidade do director-geral, João Águas Lusa Pires, que se encontra fora da província.

Em recente visita ao Lubango, confrontado com o problema, o secretário-geral do Sindicato das Indústrias de Bebidas e Similares de Angola, Gonçalves João Brandão, admitiu que o despedimento é uma má opção.Gonçalves João Brandão sublinhou que há uma tentativa de diálogo permanente com as indústrias desde 2015, para que em vez de despedimentos colectivos se procurem negociações colectivas. Gonçalves João Brandão admitiu serem já “milhares” os trabalhadores destas indústrias despedidos.

Fruto dos despedimentos, revelou Gonçalves João Brandão, o número de filiados no sindicato baixou consideravelmente nos últimos anos, tendo passado de cerca de 15 mil em 2014 para pouco mais de seis mil.

Localizada no bairro da Mapunda, a Ngola era detida pelo Estado até à década de 1990. No quadro do primeiro processo de privatização de empresas públicas passou para gestão privada, tendo já passado por diversos titulares.