Luanda - Um grupo internacional especializado em informação financeira considerou a "Operação Palanca 2", que designa a segunda emissão de eurobonds - títulos da dívida pública em moeda estrangeira - realizada por Angola em maio passado como a melhor emissão soberana do ano.

Fonte: Lusa

Segundo uma nota do Ministério das Finanças angolano, enviada hoje à agência Lusa, em Luanda, o galardão, que será entregue em março de 2019, em Londres, é uma iniciativa da GFC, um grupo internacional especializado em informação financeira, que irá premiar também outras emissões corporativas, instituições financeiras e "project-finance" de entidades como Letshego Holding Ltd, ABSA Group e Enel Green Power, entre outras.

 

No documento, o Ministério das Finanças recorda que, em resultado da "Operação Palanca 2", o Estado angolano captou recursos na ordem dos 3.500 milhões de dólares (cerca de 3.000 milhões de euros).

 

A primeira parcela, com maturidade de 10 anos e com um valor nominal de 1.750 milhões de dólares (1.508 milhões de euros), foi emitida com uma taxa de juro do cupão fixada em 8,25%.

 

A segunda parcela, com maturidade de 30 anos e com um valor nominal de 1.250 milhões de dólares (1.080 milhões de euros), foi emitida com uma taxa de juro do cupão fixada em 9,375%.

 

Em julho, face à grande procura registada, Angola usou a prerrogativa de reabrir esta emissão e, de modo complementar, captou 520 milhões de dólares (448 milhões de euros), inscritos na parcela cuja maturidade se estende até 2048.

 

"A confiança manifestada pelos investidores internacionais levou a que Angola emitisse, pela primeira vez, um título no mercado internacional com maturidade de 30 anos, juntando-se assim à África do Sul e à Nigéria como os únicos países da África Subsaariana a emitirem um título com essas características", lê-se na nota.

 

Segundo o documento, os fundos dos eurobonds estão a ser utilizados para despesas orçamentais, com especial destaque para o financiamento de projetos estruturantes e de impacto inscritos no Programa de Investimentos Públicos (PIP) do Orçamento Geral do Estado, com ênfase para as infraestruturas de apoio à diversificação da atividade produtiva.