Washington - As políticas econômicas do atual governo do Presidente Joao Lourenço, não funcionaram em 2018. Uma das razões pelas quais não funcionaram, têm a ver com fundamentos das políticas da equipa econômica que demostraram ser medíocres. Economia de nenhum país, pode prosperar sem a competência ou com a incompetência da liderança política. A liderança politico-econômica de Angola, é incompetente, e nessa medida, a economia angolana não poderá prosperar se não houver em breve, uma revolução económica.

Fonte: Club-k.net

Como cientista social e político, posso aqui aclamar que, mesmo sendo um tecnocrata, descobri em minha experiência que não importa o quão bem você se refere ao seu país, e não importa quão brilhantes sejam as políticas que defenda, no final, os interesses da classe política angolana, são os que governam Angola. Por isso, nos todos ainda somos pobres, e vivemos em um país muito pobre.



Caso contrário, como podemos aceitar uma situação em que Angola exporta petróleo bruto e importa produtos refinados de petróleo há várias décadas? Capacidade de refinação e exportação, zero. Qual é a definição clínica de loucura, incompetência e traição, senão esse tipo de cenário? E como qualquer cidadão continuaria a estar elegendo políticos que dirigem esse tipo de sistema de governo, e fora de minha compreensão. E é por isso, que acho que os cidadãos angolanos, têm sido demasiado complacentes ao ponto de serem chamados de povo especial. Eles precisam executar uma revolução econômica e democrática nas próximas urnas. E está, deve começar já.


Entendamos aqui que a economia do nosso país é dividida em duas: política fiscal, que é responsabilidade do governo, do Ministério das Finanças e que tem a ver com impostos, o orçamento e como os agentes económicos podem gerar e gastar receitas. A outra parte, tem a ver com a política monetária, que é da responsabilidade do Banco Central, ou o BNA.


O nosso Banco Central, não era independente na época do Eduardismo, e hoje quase nada mudou. Ainda existem até hoje, consultas noturnas com os políticos angolanos, pelos dirigentes do BNA. E por causa disso, tem havido muita influência política no Banco Central. O caso da transferência dos Usd 500M para Londres sob a liderança do EX Presidente, arquitecto da corrupção e o clássico exemplo de interferência ao um banco central.



Angola precisa ser liderado por tecnocratas, que recebem autoridade política do povo, para executar reformas, tecnocratas que têm visão e tecnocratas que se preocupam com o povo sofredor deste país. Posso até ser um pouco mais claro, o fato de você ser tecnocrata não significa automaticamente que você não é corrupto ou que algumas coisas não podem dar errado, não, mas pelo menos dentro dessa classe podemos encontrar aquelas que são íntegros.


Existem alguns fundamentos básicos que deviam estar presentes na liderança política angolana. Os nossos políticos, deviam ter um certo nível de conhecimento económico, caso contrário, nada acontecerá e é por isso que não há eficiência económica em Angola, a nível Macro e Microeconomica. Nosso PIB, este não melhora, isto por que os fundamentos económicos, estão fora de mão. Angola como país, tem progressivamente piorado seus indicadores económicos nos últimos 16 anos de paz e isto não é falácia.


Então, como alguém pode dizer que as coisas estão a funcionar e que o país tem um novo rumo se ainda enfrentamos os esmo problemas de antes da guerra e que as famílias ficaram mais pobres? Para os que não sabem, fazendo a mesma coisa repetidamente, e esperando um resultado diferente, é outra definição de loucura. O antigo Executivo era louco e o actual herdou 50% desta loucura. O triste disso também, é que mesmo o novo Executivo de JLO, simplesmente não gosta de ouvir a verdade, aquela verdade que nos libertária dessa crise econômica.


Sobre a revolução econômica que se pretende, acho que é realista observar como os angolanos foram defraudados ou não, nas urnas de 2016. Mas que alguns foram apáticos em 2016 quando se tratava de votarem para a mudança, isto também é facto. Esse é um grande problema, obviamente.


Meu convite vai aqui, para as organizações da sociedade civil, que recentemente lambuzaram na audiência que a Cidade Alta os concedeu. Estas, deverão, daqui até às próximas eleições, apostaram mais na educação dos eleitores em todo país. Os eleitores angolanos, não tem sido informados sobre que tipo de liderança, governação e crescimento econômico inclusivo que o país precisa. Tudo que eles assistem nas vésperas das urnas, são ofertas de bicicletas, motorizadas, as províncias a receberem autocarros, cuca em abundância, e como se sabe, estes bens são pagos pelos recursos provenientes da conta única do tesouro.

Precisamos de um novo paradigma e nova narrativa, que ao acontecer, estaremos a dizer aos angolanos que este país pode mudar, que nossa economia pode mudar, que nossa liderança política pode mudar para melhor. Mas para isso acontecer, todos nós, temos que exercer nossa própria responsabilidade cívica e votar. As pessoas se tornam apáticas precisamente por causa do fracasso da classe política que os governa.



Por isso, vaticino que, se houver mais engajamento da sociedade civil e de todos angolanos a corrigir o que está mal e trabalhar para melhorar o que está bem, o governo poderá ver seus esforços premiados. Isto significa que cada angolano, estará a tomar o seu futuro e de seus filhos em suas próprias mãos.



E assim sendo, não precisaremos de Messias. Infelizmente muitos hoje almejam e pensam que haverá algum tipo de Messias que virá do MPLA, UNITA ou CASA-CE, e agitará uma varinha mágica e teremos saúde, educação, indústria vibrante, emprego, transportes públicos, casas, energia e água, e até valores morais e cívicos, etc, ilusão de óptica. Os países no nosso planeta crescem, e as províncias sempre terão problemas de assimetrias e devem trabalhar com seus problemas, mas esse processo deve ser liderado por pessoas ou políticos certos e não os antigos “ sanguessugas ” ainda a dominarem a esfera política e econômica da nação.



Para Angola, a razão de estarmos onde estamos, e que 43 anos depois da independência, ainda a precisarmos de uma operação de resgate de valores com “cerca”, e que está falha por não requisitar o apoio das igrejas e famílias, no mínimo é mais uma loucura herdade de JES. O país vai sendo dirigido à margem da lei, caso em concreto é a empresa TMA por ele inaugurado. E esta patologia tem um diagnóstico: por algum acidente da história, em 1975; as pessoas erradas incluindo Agostinho Neto e Jose Eduardo do Santos, assumiram o controle dos destinos de todos nós, resultado; a Angola que hoje temos, doentia em estado de coma. Alguns há que pensam e acreditam mesmo que a deterioração da economia angolana é resultado da baixa do petróleo. Não. Está e uma mentira falsa, ( false lie), que não passaria o crivo de um Parlamento capaz e um teste económico dos mais elementares.



Portanto, já findo o tempo da “escola do medo”; conforme afirmou recentemente o meu amigo Rafael Marques , eis chagada a hora de tecnocratas certos e com mãos limpas, a serem convidados e colocados no espaço político deste governo de JLO, que está a começar bem. Pelo que tudo indica, são muitos que por está vasta Angola, estão prontos a servir a pátria.

*Consultor Económico