Cunene  - Há meses escrevi neste site sobre a constituição da equipa governativa do João Lourenco dizendo que “não é inclusiva, nem no sentido territorial, nem na realidade dos grupos etnolinguísticos da nação angolana. Esse é o maior erro de todos os governos africanos com a exceção de poucos casos, porque na prática os governos em África são exclusivistas e tribalistas”.

Fonte: Club-k.net

Infeliz ou felizmente, esse meu pensamento e constatação veio a ser confirmado pelo Senhor MARCOLINO MOCO aquando da apresentação do seu livro em Lisboa. Admira-me que não seja possível que, dos grupos etnolinguísticas presente em Angola, não haja quadros bons para integrarem o elenco governativo de JLo. Ou é falta de vontade política, ou é falta de visão estratégica e holística de um líder de um país que deve governar com/para todos. Uma das duas, ou JLo é tribalista, tal como o seu MPLA, ou então ele tem maus conselheiros, oportunistas, amiguistas, marimbondistas, e etc. etc. Será que Miala e os seus operativos, no terreno, estão obsoletos que já não conseguem escrutinar bem a bio- cronologia dos candidatos que se propõem para governar com JLo? JLo tem que reavivar a memória de que perdeu as eleições em Luanda, e se quer ter sucesso e no momento H ter o apoio das províncias, tem que ser inteligente no trato com as províncias e seus cidadãos, sem com isso desprezar Luanda, claro.


Aquando do congresso extraordinário do M em Setembro, escrevi um artigo “O QUE ESPERO DO CONGRESSO DO MPLA EM SETEMBRO?”, onde, de vários pontos que abordei, dizia que “uma vez que 13.289.983 da população total residente em Angola é do sexo feminino, isto é, 52%, e por dedução e pelas estatísticas, que nos dizem os propagandistas do M, há mais militantes do MPLA do sexo feminino. Sendo assim, por que não o futuro presidente do MPL, JLo e o seu partido, não escolherem para a vice-presidência do partido uma mulher? E porquê não repartir 50% de homens e 50 % de mulheres para os cargos de chefia no partido e no governo?”. A verdade é que entrou uma mulher para vice-presidente do M, Luísa Damião.

 

Noutro parágrafo desse mesmo artigo, dizia: “como acontece nos países democráticos, e diz-se que Angola é um deles, gostaria de ver o novo presidente do MPLA, JLo, a submeter aos congressistas uma MOÇÃO DE CONFIANÇA. Como o congresso é a reunião mais importante do partido onde está efetivamente representados todos os comitês do MPLA com militantes de base vindas das 18 províncias e das delegações da diáspora, era muitíssimo importante que o camarada presidente do MPLA, JLo, perguntasse, claro, a bom-tom e audível som, se o MPLA está, de verdade de alma e coração, empenhado, juntamente com o chefe do Executivo angolano e do M, em “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”, sem cosmetismos e propaganda para o Inglês ver, combatendo firme e seriamente a corrupção, a impunidade, o cabritismo, o amiguismo, absentismo, a prepotência, arrogância e todos os ismos que enfermam a sociedade angolana. Se submeter aos congressistas essa MOÇÃO DE CONFIANÇA, verá como está a sua base de apoio de Cabinda ao Cunene, de Benguela ao Moxico e, sobretudo, terá a autoridade co-moral de atrelar o MPLA às suas futuras decisões e ações de governar bem o país e de combater os males que enfermam o estado angolano. Esse é o melhor caminho seguido por políticos inteligentes nos países democráticos e uma boa forma de fazer calar as vozes dissonantes que se insurgem sempre que se investiga um dirigente do MPLA pelas más práticas do passado. Porque “corrigir o que está mal” significa refazer ou reorientar o que já foi feito (passado)”.


Infelizmente, a falta de MOÇÃO DE CONFIANÇA foi o erro estratégico de JL. Os comunistas nunca aprendem nem gostam de ouvir os conselhos dos outros. A par da falta desse instrumento político juntam-se as más escolhas de JLo (combater os marimbondos com os mesmos marimbondos nunca dá resultado). Resultante desses dois erros, e para colorir o bolo, enquanto JLo estava a ver as ondas a passarem no Índico de Moçambique, o Secretário-Geral do MPLA, Boavida Neto, veio a terreiro me dar razão, afirmando categoricamente que não está de acordo com a estratégia e políticas gizadas por JLo, que os roubos até 2012 deviam ser uma doçura intocável e, pior de tudo, que NUNCA estará contra o Zedu. Esses pronunciamentos, vindos de alguém tão importante na cúpula do M, mostram que os marimbondos estão prontos a ferrarem o JLo.


Pelo menos, dois erros graves que vão custar caro ao JLo: 1o Erro - a falta de MOÇÃO DE CONFIANÇA no Congresso do M, mostra que os homens/Mulheres do M, que estiveram nessa magna reunião, não estão alinhados com JLo. Devia atrelá-los às suas políticas orientadoras com uma MOÇÃO DE CONFIANÇA. JLo tem que saber que o slogan “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”, não é dele, mas sim do M do Zedú, o mesmo que nos vendeu a banha de cabra com todos os slogans passados, porque só se fazia de contas para Inglês ver. 2 Erro - JLo não devia escolher, para os cargos mais importantes do executivo, do CC e do BP, homens e mulheres que foram governadores, ministros e PCA no tempo de Zedu. São esses que roubaram o dinheiro do povo. Ó JLo, como vai à luta dos marimbondos cercado pelos mesmos marimbondos, quer seja no CC, no BP, nos Ministérios, nos governos provinciais e nos municípios? Acorda Joaozinho! Quem o avisa amigo é! Agora vê o Boavida Neto a apunhalar as suas costas? E o Joaozinho pensa que ele está sozinho nessa posição? É urgente remodelar profundamente os ministros e os governadores provinciais. É urgente criar-se um governo de unidade nacional, onde todos os grupos etnolinguísticos se revejam, com uma aposta forte nos jovens quadros tecnocratas que o MPLA tem (e também independentes) e que enchem esta Angola de Cabinda ao Cunene, de Benguela ao Moxico.


Eu garanto-lhe JLo, quando estiver a ser ferrado pelos marimbondos que escolheu para meterem as mãos no “pote do mel” não peça ajuda aos “sulanos”, sobretudo aos cuanhamas (e avisaremos todos os kwanhamas que guardam as vossas fortunas em Luanda para se desmobilizarem, porque esse governo não é nosso), tal como no tempo da guerra quando vinham sempre ao Cunene para nos rusgarem para carne-aos-canhões, para nos matarmos entre irmãos, enquanto vocês mandavam os vossos filhos estudar no Ocidente para agora nos governarem. É preciso que o MPLA e o governo de Angola deixe de ser mais dos Kimbundus do que de todos os angolanos, porque dar-se-á a razão ao chefe da Direcção Principal de Preparação de Tropas e Ensino das FAA, general Adriano Makevela Mackenzie que se queixava (como dizem) da “discriminação tribal” contra os sulanos. Não é saudável que 75% (?) das pessoas que presidem os cargos mais importante das instituições da nação angolana (FAA, PN, as 5 Órgãos de Justiça, 4 civis e 1 militar, os PCA das empresas públicas, os ministérios e seus secretários, etc., etc.) sejam, ou naturais ou que cresceram em de Luanda ou Kimbundus e homens e não mulheres. E as outras províncias, as outras etnias e as mulheres 52%, da população? Que o presidente e a vice-presidente do MPLA (JLo- Luísa Damião), o presidente e o vice-presidente da república de Angola (JLo-Bornito de Sousa) sejam todos da mesma origem etnolinguística, não é saudável! Eu e o Senhor Marcolino Moco temos razão: Os governos africanos (angolano inclusive) são tribalistas e exclusivistas. Angolanos de Cabinda ao Cunene, de Benguela ao Moxico, sem emoções, com frieza e com realismo, façam as contas às origens e etnias dos que presidem os cargos no governo do JLo. Não sou tribalista, apenas sou realista e inclusivo das etnias e do género!

Viva África SHITHOLE entregue aos SHITs de governos desumanos e sem visão. Viva a

Revolução de paradigmas
Viva Angola de Neto, Savimbi e Roberto.