Lisboa – A Presidência angolana abriu recentemente um inquérito interno para apurar o que terá acontecido para que o ativista angolano Rafael Marques de Morais fosse impedido de participar no primeiro dia da audiência que Presidente de Angola, João Lourenço concedeu a membros da sociedade civil.

Fonte: Club-k.net

Nome do jornalista foi excluido  da primeira audiência 

Segundo fontes do Club-K que tiveram a dados da investigação, o impedimento ocorrido sido um acto deliberadamente propositado (sabotagem) movido por uma corrente interna interessada em impedir que o Presidente João Lourenço tivesse acesso director a Marques que se tem destaco por denunciar o legado de corrupção no regime.

 

De acordo com a cronologia dos factos, uma alta funcionaria da presidência Maria de Lima Viegas teria convencido o Presidente a receber líderes de organizações da sociedade civil e não-governamentais para analisarem "questões da actualidade". No dia 3 de Dezembro, os serviços de imprensa da presidência anunciaram que Rafael Marques e Luaty Beirão eram um dos ativistas esperados para serem recebidos pelo Presidente da República.

 

A audiência estava marcada para as 11h da manha, do dia 4 de Dezembro, porém os convidados só seriam recebidos 45 minutos depois do horário previsto. Presentes na sala de espera do palácio presidencial, os convidados tinham os seus numa lista que foi sendo anunciada e lida por um funcionário do protocolo que os convidou a entrar sala onde se encontrava o Chefe de Estado.

 

Segundo dados do inquérito feito, o nome do activista Rafael Marques de Morais era o oitavo da lista e o funcionário do protocolo terá “saltado” deliberadamente ficando o mesmo fora do grupo que seria recebido. Tão logo o PR soube do “impedimento” orientou a remarcação para o dia seguinte de uma audiência ao activista, em que o Estadista angolanos aproveitou para lamentar pelo incidente do dia anterior.

 

No palácio presidencial procurou-se entender as motivações que levaram o funcionário a “saltar” o nome de Rafael Marques na hora da leitura. A versão mais popularizada, em meios do palácio presidencial, sugere que o funcionário protocolar poderá ter impedido a entrada de Marques, solidariedade a Edeltrudes da Costa que foi visado numa reportagem feita pelo jornalista em Agosto de 2016. Na reportagem em causa, era apresentado como estando envolvido no escândalo de usurpação de terras a uma pobre camponesa – Helena Teka – numa inefável situação que envolveu a morte de uma criança, violação sexual e variados desmandos.

 

O pensamento generalizado vincado é de que a sabotagem visou impedir uma possível aproximação entre o Chefe de Estado e Rafael Marques, que ao longo dos anos apresentou publicamente casos de corrupção envolvendo figuras próximas ao ex-Presidente José Eduardo dos Santos.

 

Edeltrudes da Costa é um dos membros do gabinete presidencial, que serviu o ex- Presidente José Eduardo dos Santos como chefe da Casa Civil, cargo no qual foi afastado na sequencia de acusações de usar a sua posição para vantagem pessoal. Com a saída de JES do poder, o novo Presidente recuperou-lhe tornando-se num dos mais influentes do palácio presidencial.

 

Em Luanda, diversas correntes do regime, tem manifestado receio de que o mesmo venha, no futuro, causar embaraços na governação do Presidente João Lourenço pelo poder de influencia que tem estado a cultivar. Tem influenciado na nomeação de quadros, e passou a controlar o sector dos diamantes através de um “testa de ferro”, José das Neves Gonçalves Silva, colocado como administrador da SODIAM.

 

Em Julho passado Edeltrudes da Costa tentou em vão influenciar a nomeação de um oficial da polícia para o cargo de comandante geral da Polícia Nacional cujo nome lhe foi dado pelo ministro do interior, Ângelo de Barros Veiga Tavares. Na altura, o Presidente João Lourenço deu-lhe a volta e decidiu telefonar directamente para Paulo Gaspar de Almeida convidando-o para assumir o comando geral da PN em substituição de Alfredo Mingas “Panda”, que pedira demissão do cargo.