Luanda - As autoridades quenianas anunciaram a decisão de retirar de circulação as moedas com as imagens dos antigos chefes de Estado, substituindo-as por outra onde se poderão ver animais da sua fauna selvagem, naquilo que é a tentativa assumida pelo Presidente Uhuru Kenyatta de prevenir a “glorificação dos antigos líderes”.

*Victor Carvalho
Fonte: JA


Neste momento estão em circulação moedas com as figuras de Jomo Kenyatta, Daniel Arap Moi e Mwai Kibaki, todos antigos Chefes de Estado, mas a partir de Janeiro todas elas serão substituídas por leões, elefantes, girafas e rinocerontes.


A decisão de mudança das moedas, recentemente assumida pelo Presidente Uhuru Kenyatta, foi anunciada depois de aprovada pelo Parlamento e na sequência de uma emenda constitucional adoptada em 2010 que estipula que as moedas nacionais não podem servir de veículo para a “glorificação individual de antigos líderes”.


De acordo com o banco central, a partir de Janeiro e numa primeira fase entrarão em circulação apenas as novas moedas mas até final de 2020 também as notas terão obrigatoriamente que estar já no mercado, decorrendo ao mesmo tempo o processo de retirada das antigas que se estende até final de 2022.


O banco central explicou ainda que a opção por colocar animais nas novas moedas tem por objectivo sublinhar o facto do Quénia estar numa fase de “renascimento” com a expressão do “respeito pelo meio ambiente”.

Comércio electrónico


O Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, lançou no fim-de-semana um apelo a 50 líderes políticos e empresários, reunidos em Nairobi, para que seja viabilizada uma maior harmonização das políticas digitais em África de modo a reforçar o incremento do comércio electrónico.


“África não deve ser desfavorecida no desenho de políticas digitais”, frisou Uhuru Kenyatta, na sessão de encerramento da Semana do Comércio Electrónico de África, que decorreu na sede das Nações Unidas em Nairobi.


No seu discurso, o Chefe de Estado queniano disse que “a tecnologia digital pode contribuir para o progresso e o desenvolvimento de uma área de comércio regional que seja sustentável”, sublinhando a necessidade da existência de infra-estruturas de telecomunicações eficazes, capazes de proteger os consumidores da Internet. Os dados mais recentes do índice elaborado anualmente pela Agência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), revelam que África é a região do mundo que menos desenvolveu o seu mercado digital, não podendo por isso perder mais tempo nesta importante corrida pela melhoria do acesso e do uso das novas tecnologias.


Aliás, nenhum Estado africano está entre os dez principais países na classificação geral e nenhum consegue entrar na lista dos primeiros dez países em desenvolvimento, num índice que é liderado por Singapura.


Entre os temas abordados esteve o que se prende com a falta de acesso da população à Internet, devido ao elevado custo que isso pode ter em alguns casos, ou à insegurança das redes de correio electrónico no momento de entrega dos produtos.


O secretário-geral da UNCTAD, Mukhisa Kituyi, disse que “enquanto metade da Humanidade está conectada à Internet, apenas um quarto dos africanos o estejam”. Destes, 50 por cento estão no Quénia, África do Sul e Nigéria”.


Para Anna Ekeledo, fundadora da rede de centros de inovação da Fundação Afrilabs, a falta de investimento representa outro dos desafios que o sector digital africano deve resolver, reivindicando tanto o envolvimento de governos como de promotores privados para impulsionar empresas emergentes no domínio digital no continente.