Lisboa –  Em entrevista esta semana concedida a Radio LAC, a jurista  Maria Luísa Abrantes “Milucha”, confidenciou   ter sido uma das pessoas mais humilhadas pelos serviços secretos do então Presidente José Eduardo dos Santos (JES) e que a perseguiram quando  esteve a trabalhar  nos Estados Unidos da América, onde representou a Agencia Nacional de Investimento Privado  (ANIP).

Fonte: Club-k.net

Ao abordar sobre o actual período  em que José Eduardo dos Santos encontra-se politicamente  abandonado pelos seus antigos companheiros, a quem a entrevistada trata por “abutres”, a académica  Luísa Abrantes “Milucha” antecipa-se dizendo que “a  pessoa que mais teria motivos de rir,  para se virar,  seria eu”.



“Milucha”  justifica revelando que   “os serviços dele (JES) sempre fizeram o pior para me humilhar, dentro e fora  do país.” Disse acrescentando que “chegaram ao ponto de fazer um  telefonema  anonimo e mandar agentes (da polícia americana) em minha casa (Virgínia) quando eu cheguei aos EUA dizendo que tinham uma denuncia dizendo que eu vendia drogas”.


Segundo “Milucha”,    os  agentes da polícia americana  que foram revistar a sua casa “entraram,  e  verificaram que  não havia nada” e que por sua vez,   “não falaram com ninguém”.  


Entretanto,  achou estranho que tendo em conta que os agentes não falaram com ninguém e que  inclusive pediram desculpas pelo incidente,  o assunto em causa  apareceu um mês depois estampado no semanário Folha8, em Luanda. Milucha, disse na entrevista não ter duvidas de ter sido um trabalho orquestrado  pelos serviços de inteligência de Angola.


“Só que eu também consegui fazer   a minha investigação, e chegou-se a conclusão (la mesmo) que eram pessoas ligadas a embaixada e a segurança no tempo do senhor Miala (ex-DG do Serviço de Inteligência Externa)”.



Contou igualmente que depois desta armadilha é que “as   pessoas começaram a perceber que havia algo errado com estas pessoas (ligadas ao poder) e que eu era uma vitima destas mesmas pessoas.” Acrescentou ainda que “Não fizeram só a mim. Fizeram também há um embaixador e eu não vou  dizer o seu nome.”



O Club-K, não teve êxitos em contactar  fonte da  segurança angolana para poder  reagir  as  acusações de  Maria Luísa Abrantes. Contudo, um incidente identifico denunciado pela imprensa portuguesa aconteceu com o cidadão angolano  Luaty Beirão, que também foi vitima  da perseguição dos serviços de segurança do Presidente José Eduardo dos Santos.


Em Junho de 2012, elementos das forças do regime colocaram cocaína no pneu da bicicleta de Beirão depois de ele ter feito o “check in” a caminho de Lisboa. Os autores do plano ligaram depois para os serviços de emigração de português simulando tratar de uma denuncia anonima. O Músico foi interrogado e de seguida solto, depois de as autoridades portugueses concluírem que tratou-se de uma armadilha da segurança angolana.