Lisboa - A antiga Presidente da Argentina Cristina Kirchner será julgada por corrupção no âmbito do caso conhecido como 'Cadernos da Corrupção', um escândalo que agita aquele país sul-americano há vários meses, confirmou hoje um tribunal de recurso argentino.

Fonte: Lusa


O mesmo tribunal pediu igualmente a detenção da ex-governante, apesar de Cristina Kirchner gozar neste momento de imunidade parlamentar.


A deliberação de hoje confirmou a decisão emitida em setembro último pelo juiz Claudio Bonadio, que suspeita que Cristina Kirchner foi responsável, com o seu marido Nestor Kirchner (Presidente da Argentina entre 2003 a 2007), de um sistema corrupto que envolvia empresas do setor da construção e a atribuição, mediante pagamentos ilícitos, de contratos públicos.


A imprensa argentina avançou também que o tribunal ordenou igualmente o arresto de bens de Cristina Kirchner, avaliados em cerca de 38 milhões de dólares (cerca de 33 milhões de euros).


Senadora desde 2017, Cristina Kirchner está abrangida por uma imunidade parlamentar que a protege da detenção, mas a ex-Presidente argentina (entre 2007 a 2015) pode ser acusada, julgada, condenada e continuar a desempenhar funções.


Em caso de uma condenação, a ex-governante só poderá ir presa se a maioria dos senadores votar a favor do levantamento da imunidade.


O caso 'Cadernos da Corrupção' foi conhecido em agosto passado após a divulgação do conteúdo de cadernos em que o motorista do vice-ministro do Planeamento argentino, Roberto Baratta, apontava de forma minuciosa os locais e as datas em que ocorriam as transações ilícitas feitas por líderes de grandes empresas do setor da construção para membros do governo Kirchner.


Cristina Kirchner, que poderá ser candidata a um terceiro mandato presidencial em outubro de 2019, já foi indiciada em vários outros casos, incluindo por corrupção, e deverá ser julgada em breve.