Luanda - Maria Luísa Abrantes, empresária e ex-presidente da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP) foi empurrada para um "exílio involuntário" nos EUA pela antiga primeira-dama, Ana Paula dos Santos, acusa a filha da antiga líder da ANIP, a deputada Welwitschia 'Tchizé' dos Santos.

Fonte: Novo Jornal

No mesmo áudio em que lança suspeitas sobre o Presidente da República, João Lourenço, e sobre o Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado, general Fernando Miala, em relação a uma alegada perseguição de que está a ser alvo, Tchizé dos Santos acusa a antiga primeira-dama de ter forçado a sua mãe, Maria Luísa Abrantes, a sair de Angola.


"Ana Paula dos Santos entendia que onde ela estava a Milucha Abrantes [Maria Luísa Abrantes] não podia estar", diz a deputada, acrescentando que a ex-primeira-dama pensava que Angola "tinha dona" e que o ar que se respirava no país só a ela própria pertencia.


"A Milucha não tinha direito a respirar", lamenta a também empresária, que prossegue na acusação. Segundo a parlamentar, a sua mãe foi "empurrada para um exílio involuntário, entre aspas, nos EUA, onde passou 21 anos".


Por detrás dessa saída, aponta Tchizé, esteve Ana Paula dos Santos, que para isso utilizou "toda a influência que tinha", não apenas dela mas também "das pessoas que a rodeavam e a queriam bajular".


A deputada do MPLA sublinha que a mãe foi muito humilhada, experiência que a própria Maria Luísa Abrantes relatou em entrevista à LAC, emitida na passada terça-feira, 18.


"Fui a pessoa mais humilhada pelos serviços dele [José Eduardo dos Santos], sempre fizeram o pior para me humilhar dentro e fora do país. Inclusive chegaram ao ponto de fazerem um telefonema anónimo, de mandarem agentes [aos EUA] com a denúncia de que vendia droga", disse a ex-presidente da Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP).


Maria Luísa Abrantes relatou o episódio para demonstrar que se sai em defesa do ex-Presidente da República fá-lo por convicção e não por eventuais favorecimentos.