Luanda - Com base despacho presidencial no 79/15 de 28 de Setembro, referente ao melhor aproveitamento do potencial económico dos perímetros florestais de eucaliptos localizados nas províncias do Huambo Benguela e Huila, sob responsabilidade dos ministérios da indústria, transportes e agricultura, que recomenda aos respectivos ministérios, para efeitos de gestão e exploração sustentada que por razões de racionalidade económica e ambiental, quer para um conceito de industrialização viabilizar o surgimento de várias actividades incluindo a geração de energia.

Fonte: Club-k.net

No referido despacho, várias irregularidades são notadas na medida em que o ex presidente da República José Eduardo dos Santos, orienta a ministra da indústria a estabelecer parceria com uma empresa supostamente participada do fundo soberano, algo que em vias normais e legais devia ser submetido ao concurso público onde pudessem participar mais empresas.


A adjudicação promíscua foi realizada a favor da empresa ESTRELA DA FLORESTA propriedade de José Filomeno dos Santos, então presidente do fundo soberano. JES no seu habitual abuso do poder, autorizou com o apadrinhamento da ministra da indústria, que seu filho usasse o fundo soberano para estabelecer negócios consigo mesmo. Desde então, os governadores e o sector do IDF das províncias onde estão localizados os perímetros, deixaram de ter qualquer autoridade sobre estes, limitando-se a obedecer as ordens da empresa ESTRELA DA FLORESTA. Sem cumprir com o plasmado no despacho, a empresa dedica-se ao abate e venda de madeira cujos fundos são depositados no BANCO Kwanza também propriedade de José Filomeno, sem qualquer benefício para o fundo soberano e para os governos Provinciais.


Desde que a empresa assumiu a gestão, os preços por M3 tornaram-se tão exorbitantes ao ponto de prejudicar as pequenas, médias e grandes indústrias cuja matéria-prima é a madeira correndo o risco de paralisarem suas actividades. Outrossim, é a forma desregrada como estão sendo devastados os perímetros para exportação onde a ESTRELA DA FLORESTA é a única beneficiária sob o silencio da ministra da industria já que ao ministério da agricultura tal responsabilidade foi usurpada a favor desta.


Recentemente segundo pronunciamentos da ministra, pretende-se para os próximos anos cobrir com o plantio de eucaliptos cerca de duzentos mil hequitares, trabalho que será executado pela mesma empresa mais uma vez sem concurso público, assunto que está a indignar os governos provinciais pelo facto de a empresa em questão ter desmatado já mais de 4 mil e reflorestados apenas 120 hequitares sem que alguém de direito tenha questionado o destino dado as receitas provenientes da venda dos milhares de hequitares de madeira. Agastados com a decisão, peritos do ministério da agricultura, preferem que a empreitada seja dividida para empresários do ramo madereiro que ao longo deste anos mostraram capacidade para tal respeitando as normas ambientais quando comparados com a ESTRELA DA FLORESTA que por gozar da protecção da ministra corta arvores vende madeira e não planta. De igual forma, aconselham a redução dos preços que já levaram a falência pequenas industrias de madeira de operários de subsistência.


Fontes contactadas em Luanda no ministério da indústria, acusam a ministra de ter influenciado o Zenu para que JES criasse tal despacho que favorece ilegalmente a ESTRELA DA FLORESTA, negócio do qual ela é beneficiária, uma vez que o documento orienta que em caso de conflitos entres os governos provinciais e a empresa, estes devem ser dirimido exclusivamente pelo presidente da Republica no caso JES, quando a questão devia ser reservada aos tribunais.

Em Benguela e no Huambo, a ESTRELA DA FLORESTA usa tropas da UGP para intimidar deixando as autoridades locais de mãos atadas sem nada poderem fazer, quando diariamente frotas de camiões fazem-se a caminho para portos carregados de touros de eucaliptos para serem exportados.


Face aos descontentamentos sobre a adjudicação, uma declaração datada de 15 de Dezembro de 2016 feita sem qualquer protocolo administrativo mas assinada pela ministra, foi endereçada as províncias para que ninguém colocasse impedimentos a ”ESTRELA DA FLORESTA S.A” no exercício das suas actividades. Prova do envolvimento da ministra nos negócios dos perímetros florestais com o Zenu. Outra prova da farsa, é que o despacho indica o estabelecimento de pareceria com a suposta empresa participada do fundo soberano quando ela nem se quer existia.

O que quer dizer que a ESTRELA DA FLORESTA foi criada especificamente para gerir os perímetros depois de JES ter criado todas condições para favorecer o filho com cobertura da ministra.