Luanda - Prezados compatriotas, companheiros e companheiras, antes de mais recebam as minhas saudações patrióticas e fraternais. Para os que não me conhecem, chamo-me Emanwell MAYASSI, mais conhecido por Patriota Liberal (o Anticonformista).

Fonte: Club-k.net

Sou atualmente o Representante da CASA-CE (Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral) em França, e Coordenador Geral das Representações Externas desta mesma Coligação partidária, 3a força política angolana.

Venho por este meio informar aos meus companheiros e companheiras da CASA-CE, em Angola e no exterior, bem como aos angolanos e amigos de Angola que me conhecem e que têm acompanhado os meus trabalhos no âmbito da CASA-CE, que desde dia 06/12/2018, apresentei a minha demissão ao Presidente Abel Chivukuvuku, de todos os cargos mencionados acima e que ocupo na Coligação CASA-CE desde 2012.

Com efeito, eu como tantos outros angolanos preocupados com o futuro do nosso querido país Angola, ingressámos na CASA-CE em 2012 e ao longo do seu percurso porque nos identificávamos com este projeto que visava realizar Angola e os angolanos, mas também e sobretudo porque o seu fundador se chamava Abel Epalanga Chivukuvuku. Um Político angolano com fortes convicções e que goza de muita credibilidade no seio da sociedade angolana.

De 2012 até ao presente momento, militei na CASA-CE de maneira convicta e efetuei o trabalho partidário de constituição e coordenação das Representações no exterior com muita abnegação e de forma voluntária, sem ganhar salário. Tudo por amor à pátria, com vista a termos uma Angola melhor para todos os angolanos, mais justa, livre, realmente democrática e sem discriminação.

Infelizmente não conseguimos concretizar a promessa de realizar Angola e os angolanos com a CASA-CE, nem conseguimos atingir os patamares mais altos que a nossa capacidade política nos permitia. Tudo isso porque interesses individuais e de grupos falaram mais alto do que os interesses supremos da nação. Razão pela qual a CASA-CE se tornou no que é hoje.


De facto, a situação atual da coligação, que se transformou numa organização que visa apenas salvaguardar os interesses de alguns dos seus dirigentes, e já não uma organização política que visa realizar Angola e os angolanos tal como era o caso no início, e uma acumulação de situações desagradáveis no modo de funcionamento desta coligação, me obrigam a tomar esta firme decisão de deixar a CASA-CE. Pois, já não me identifico com a atual CASA-CE, por não ser a mesma CASA-CE em que aderi em Abril de 2012.


A atual coligação já não dá perspetivas de um futuro político claro e certo. É minha convicção que, sem a transformação da Coligação CASA-CE em Partido político antes de 2022, ou sem a marcação, agora, de um horizonte temporal em que se poderá operar esta transformação, a CASA-CE irá perder paulatinamente a vitalidade e acabará por se tornar numa organização política sem expressão nem representatividade, como já é o caso de alguns Partidos na Oposição que não têm vocação a governar o país nem expressão no xadrez político angolano.

 

Continuar a apoiar a CASA-CE, para mim, já não é sinónimo de servir Angola nem os angolanos. Mas sim, trabalhar para o benefício material de alguns indivíduos nesta Coligação. Situação esta que eu não aceito e nem quero apoiar ! Razão pela qual decidi sair dela agora, para não continuar a desperdiçar os meus esforços, o meu tempo e os meus parcos recursos...

 

Continuo contudo a apoiar o Presidente Abel Chivukuvuku. Porém, faço parte dos que defendem que o Presidente Abel Chivukuvuku deve deixar a CASA-CE e criar um novo Partido político a fim de implementar o seu projeto de realizar Angola e os angolanos. Mas igualmente para ter um instrumento político que irá deixar, quando um dia sair da vida política ativa, a todos os seus « discípulos » que o apoiam desde 2012. Porque dentro da atual CASA-CE ele não irá conseguir concretizar este desiderato. Pois, os Partidos constituintes da Coligação CASA-CE não querem proceder a sua transformação em Partido político, preferindo continuar a ser Coligação, sem que se saiba quando poderá ocorrer uma eventual transformação. Acontece que sem a transformação da CASA-CE em Partido político, muitos dos seus apoiantes, dentro como fora da Coligação, e que são mais ou menos 80% dos militantes desta Coligação, não concordando com o facto de não haver a transformação e com o atual formato de funcionamento desta Coligação, mas também, não tendo mais esperança de um futuro político claro e certo dentro da Coligação, começam a afastar-se dela paulatinamente. Conforme é o meu caso. O que fragiliza gradualmente a CASA-CE.


Alguns decidiram, apesar de tudo, permanecer nela mas já não demonstram motivação de levar a cabo atividades partidárias como antigamente.

 

Estou ciente de que não é fácil para o Presidente Chivukuvuku tomar esta decisão, tendo em conta que ele é o fundador da CASA-CE e o indivíduo que tanto fez, financeira, material e fisicamente, para que esta Coligação se tornasse no que foi desde a sua fundação até às eleições de Agosto de 2017. Mas também por ter já saído da sua primeira organização política, UNITA.


Todavia, o Presidente não pode ter em conta todas estas considerações, não pode continuar a ser refém dentro da CASA-CE por causa destas considerações. Porque não é ele quem quer sair da CASA-CE, a sua resistência em permanecer nela é testemunha disso. Mas as circunstâncias atuais dentro da Coligação já não permitem uma sã e harmoniosa coabitação, nem lhe garantem um futuro próspero enquanto líder político. Na CASA-CE, o potencial político do Presidente Chivukuvuku já não poderá desenvolver-se. Razão pela qual nós, seus colaboradores, estamos a pressioná-lo a sair e criar um Partido político. Pois, caso não sair, os Partidos constituintes da Coligação CASA-CE irão apenas aproveitar da sua popularidade a fim de conseguir votos e lugares no Parlamento, sem portanto concretizar os verdadeiros objetivos que nortearam a fundação desta Coligação. Porque o projeto Coligação CASA-CE foi desvirtuado !

 

A sociedade angolana deve ser compreensível e não julgar duramente o Presidente Abel Chivukuvuku caso venha a sair da Coligação CASA-CE. Pois, tal não é seu desejo. Mas o formato atual de funcionamento desta Coligação, faz dele refém e não lhe permite atingir o seu pleno potencial enquanto líder politico, nem lhe permite servir os angolanos tal como gostaria de o fazer. Razão pela qual deve sim sair e criar um novo Partido, que tantos angolanos esperam para dar o seu contributo ao nosso país através deste Partido. Se muitos não têm coragem de dizê-lo, eu o digo bem alto a quem quiser ouvi-lo !


Esta é a condição para eu continuar a apoiá-lo. Apoiarei-lhe fora da CASA-CE, num outro Partido político, e não dentro da CASA-CE !


Quando um projeto não dá certo, deve-se ter um plano B e mesmo C, até se obter o sucesso esperado. E se sair da CASA-CE o Presidente Chivukuvuku terá sim este sucesso. Disto, eu tenho a certeza quase absoluta ! Sei do que estou a falar !

À laia de conclusão, digo que acabo de fazer o que acho justo e bom para mim, me demitindo dos cargos que ocupo atualmente e cessando a minha militância na Coligação CASA-CE.


A minha decisão se tornará efetiva a contar do dia 01/01/2019. A partir desta data cessarei todas as funções na CASA-CE e me tornarei num cidadão livre nos seus pronunciamentos.

Enfim, agradeço o Presidente Abel Chivukuvuku por me ter dado a oportunidade de exercer os cargos que ocupei na CASA-CE e de ter trabalhado com ele.


A nossa relação de trabalho partidário na CASA-CE termina aqui, mas continuamos sendo irmãos e amigos. Tudo de bom, estamos juntos e festas felizes para todos.

Paris, aos 20 de Dezembro de 2018.

Emanwell MAYASSI "Patriota Liberal" (o Anticonformista),

Representante em França e Coordenador Geral das – Representações Externas da CASA-CE demissionário.