Huambo - Na busca da verdade material dos 51 processos-crime de peculato, denominados "restos a pagar", a Procuradoria Geral da República (PGR) no Huambo ordenou hoje, sexta-feira, a prisão preventiva do sócio-gerente da empresa de presentação de serviço "AFAC", Augusto Caconde Cotingo, por notar fortes indícios de crime de corrupção.

Fonte: Angop

Trata-se do primeiro empresário a ser detido, depois de ouvido pelo Ministério Público, no âmbito do mediático processo-crime, que envolve, além de gestores de empresas privadas, funcionários do Governo do Huambo, que tinham como substrato a má execução do Orçamento Geral do Estado.

 

Segundo fonte da PGR, esta medida de coação pessoal, considerada a mais gravosa de todas, resultou do facto de o mesmo estar a gerir um empresa fictícia, que terá, entre 2010 a 2014, beneficiado do erário, em conluio com alguns gestores públicos, acusados de desvios do OGE.

 

O encaminhamento do empresário António Caconde Cotingo à Cadeia do Cambiote, sucede às prisões dos administradores dos municípios do Huambo e do Longonjo, Victor Tchissingui e João Sérgio Raul, respectivamente, por crime de peculato.

 

Os crimes em que os mesmos vêm acusados foram cometidos quando exerciam os cargos de director do Gabinete de Estudos e Projectos, Victor Tchingui, e de secretário-geral do Governo local, João Sérgio Raul, entre 2011 a 2014.

 

Além destes dois, a PGR deteve também o chefe do departamento de administração, património, informática, gestão do orçamento e transportes do Governo, Constantino de Jesus César, assim como o chefe de secção de Execução Orçamental e Contabilidade do Governo do Huambo, Claudino Sicato Fernandes Isaías.

 

Os 51 processos-crime de peculato, de acordo com a mesma fonte, se encontram em fase de instrução preparatória e envolvem avultadas somas monetárias desviadas dos cofres do estado, razão pela qual espera-se ainda outras buscas e detenções de empresários e funcionários públicos envolvidos.