Luanda - O grupo japonês Toyota Tsusho pretende investir 525 milhões de euros num projeto, aprovado pelo Governo angolano, de desenvolvimento da baía do Namibe, no sul de Angola, segundo um despacho presidencial a que a Lusa teve hoje acesso.

Fonte: Lusa

A informação consta de um despacho assinado pelo Presidente angolano, João Lourenço, publicado na segunda-feira e ao qual a Lusa teve acesso, autorizando o projeto e a sua inclusão, para financiamento, na linha de crédito aberta para Angola pelo Banco do Japão para Cooperação Internacional (JBIC -- Japan Bank for International Cooperation).

O documento, que não avança mais pormenores, autoriza o ministro dos Transportes angolano a celebrar o contrato de empreitada para o projeto Integrado da Baía do Namibe com o consórcio Toyota Tsusho Corporation e TOA Corporation, no valor global de 600 milhões de dólares (525 milhões de euros).

"Havendo necessidade de se garantir a continuidade e concretização do programa do Governo, no que tange à diversificação das fontes de financiamento para execução de projetos inseridos no Programa de Investimento Público e de outros programas e projetos de interesse nacional enquadrados no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018 -- 2022", justifica o despacho.

Fundado em 1887, o grupo japonês Toyota Tsusho, conta com mais de 12.000 trabalhadores e está presente, em várias áreas de negócio, de acordo com informação disponibilizada pela própria empresa, em 39 países, nomeadamente 34 em África.

A província do Namibe assumiu-se, durante o período colonial português, como o principal porto pesqueiro em Angola -- com base nas baías de Moçâmedes, a capital, e de Tômbwa - e é ocupado em grande parte do território pelo deserto, considerado o mais antigo do mundo.

O deserto do Namibe, eleito uma das sete maravilhas de Angola, divide-se em zona de dunas e areias móveis, com cerca de 200.000 hectares, sem água e qualquer tipo de condições para criação de gado ou agricultura.

Na área envolvente, que ocupa um terço de toda a província do Namibe, apesar da secura e aridez, têm áreas de agricultura e pastorícia, atividades levadas a cabo pelas ancestrais tribos locais.