Lisboa  – O Presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA), Adelino Marques de Almeida esta a mover diligencias destinada ao afastamento de Carlos Alberto desta instituição a pretexto de “processo disciplinar”.

Fonte: Club-k.net

Por apresentar visão diferente a sua 

Nesta quarta-feira (9), em Luanda, Marques de Almeida, realizou um processo de votação para que os membros do conselho directivo da ERCA votassem a favor de uma resolução que propunha a perca de mandato do conselheiro Carlos Alberto, no seguimento de um processo disciplinar.

 

O processo mereceu a votação desfavorável de dois membros, dentre os quais o consagrado jornalista Reginaldo Silva, por considerar que “De acordo com a lei, o Conselho Directivo da ERCA não tem competência para tomar qualquer decisão sobre a perda de mandato dos seus membros, competindo-lhe apenas propor a sanção, que ainda terá de ser objecto de um parecer do Conselho Consultivo, órgão até agora não constituído, antes de seguir para a Assembleia Nacional para diliberação final.”

 

Segundo explicações de Reginaldo Silva, feitas no facebook, “apenas o Parlamento tem esta competência e após a tramitação do processo pelas duas instâncias atrás referidas.”

 

Na sequência da sua posição negativa, Reginaldo Silva fez a seguinte declaração de voto: "Votei contra a deliberação do Conselho Directivo da ERCA que visa a perda de mandato do Conselheiro Carlos Alberto, por ela traduzir o clima persecutório existente neste órgão contra o mesmo. Este clima só é possível de sustentar pela existência de uma maioria política que segue à risca todas as orientações do seu Presidente, Adelino Marques de Almeida. Sendo preocupante esta situação, entendo que o clima não podia ser pior na ERCA a apontar para um futuro muito incerto desta instituição".

 

“O Reginaldo já abriu o jogo! Tinha avisado que o meu ano de 2019 começaria com turbulências. Vou continuar no silêncio, sobre detalhes, mas faço só um pequeno desabafo: agradeço à coerência, honestidade e solidariedade do Conselheiro Reginaldo Silva, um verdadeiro patriota e dos poucos jornalistas verticais da sua geração a quem eu tiro o chapéu”, assim reagiu Carlos Alberto, horas depois, por via das redes sociais.

 

De acordo com registros, o Presidente da ERCA, Adelino de Almeida passou a desapreciar os trabalhos de Carlos Alberto quando este apresentou ponto de vista diferente ao seu numa deslocação de trabalho a província de Cabinda, em que se reuniram com jornalistas locais. Neste encontro, os jornalistas quiseram apresentar preocupações que enfrentam nas redações concernente a divulgação de conteúdos, porem, o Presidente da ERCA, Adelino de Almeida contrapôs transmitindo que a missão destes (jornalistas) seria mostrar o lado positivo das atividades do governador, uma visão contraria com a do colega Carlos Alberto.

 

Antigo estudante da “escola do partido”, vulgo “Catambor”, Adelino de Almeida notabilizou-se nos anos 80 como um dos principais porta-vozes da propaganda do regime. Até aos dias de hoje é visto como um dos quadros do MPLA que tem dificuldades a adaptar-se ao sistema democrático existente desde a década de 90.

 

A sua fidelidade ao modelo de sistema de partido único, é vista como prejudicial ao funcionamento da ERCA que se propunha a ser um órgão vertical quanto a liberdade de imprensa e de expressão, no país.