Luanda - Enquanto decorriam em Lusaka as difíceis e complicadas Conversações para se chegar ao acordo posteriormente chamado de “Protocolo de Lusaka”, que previa uma espécie de semi-partilha do Poder em Angola entre o MPLA e a UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, então líder carismático do Movimento do galo negro dizia a dada altura “… porque eu é quem pensei e eu é quem decidi e mais ninguém”. Tratava-se então do envio ou não de seus representantes á Lusaka, numa das muitas alturas em que as conversações entre ambas as partes haviam “encalhado”.

Fonte: Club-k.net

 

Carlos Feijó & Bornito de Sousa
os Bombeiros sem extintores de incêndios

A Comissão Permanente da Comissão Política do seu Partido, equivalente a uma espécie de Bureau Político no MPLA, havia decidido o envio dos Negociadores á Lusaka. Entretanto, dia seguinte pela manhã, Jonas Savimbi no seu estilo característico, “repensou e re decidiu” o não envio de seus homens à Lusaka, fazendo inclusive questão de ligar unilateralmente a BBC e a VOA para revogar a decisão tomada no dia anterior pelo órgão deliberador do seu Partido.

 

Como sempre, as reacções não se fizeram esperar e já Savimbi se encontrava sob fogo cruzado desde as primeiras horas da manhã desde que a sua voz se fazia soar nas emissoras supra.
Durante a visita do presidente sul-africano recém eleito Jocob Zuma, o presidente do MPLA e da República de Angola,  José Eduardo dos Santos, protagonizou algo semelhante, mostrando ser um bom “pupilo” de Savimbi.

 

Contra tudo e todos e com todas as consequências que vêm surgindo, JES e só mesmo ele, repensou e redecidiu: Eleições Presidenciais, sejam elas típicas ou atípicas, mas ao estilo sul-africano, estilo esse, diga-se de passagem, que só ele e sua “engenharia” conseguem definir e entender, pois trata-se efectivamente de uma invenção tipicamente absurda, mesmo para os mais entendidos na matéria tais como juristas e cientistas políticos.

 

Não foi e não tem sido nada fácil para o ex- Director político nacional da FAPLA e hoje o “perito” jurista no MPLA, Bornito de Sousa, tentar convencer os angolanos para entenderem o entendível, pois trata-se efectivamente de um grande ABSURDO.

 

“Muitas vezes assistem-se críticas quando se diz que se está a seguir modelos europeus em vez de africanos. Agora que se está a sugerir um modelo africano, surgem reacções contra”.  Lógico, caro Bornito, e para ti  isso não deixa de ser uma “batata” bem quente, pois nós os juristas e ou mesmo politólogos, não sabemos mentir como os políticos o fazem, pois tudo o que sustentamos tem base científica e o que estás tentando justificar, não encontrarás em “laboratório cientifico” nenhum, pois não existe.

 

Já Carlos Feijó, amiúde mais escravo da política e de seus interesses próprios do que daquilo que ele terá estudado, estaria mais próximo da realidade ao afirmar: “Nos termos que eu aqui estou a defender, para que o sufrágio seja directo, é necessário que não haja intervenção ou formalização parlamentar como acontece na África do Sul”, entretanto peca como jurista e alegado “constitucionalista” ao defender, tal como o seu comparsa Bornito, interesses políticos e não valorizar a ciência como tal.

 

Mais como se diz na gíria o “filho de peixe sabe nadar”, Feijó denunciou e ousou o que Bornito por “disciplina partidária” não ousaria, denunciando:  «não adoptarmos o modelo sul-africano no sentido da ratificação, da formalização parlamentar, mas pelo menos a aproximação ao modelo sul-africano de o candidato presidencial ser o número 1 ou cabeça de lista do partido mais votado no parlamento».


Moral da história: Nem de perto nem de longe, o “Sistema Santos” assemelha-se ao sul-africano.