Kinshasa - A comissão eleitoral da República Democrática do Congo (RD Congo) defendeu esta sexta-feira, junto das Nações Unidas, que as únicas respostas face à contestação de candidatos opositores são aceitar os resultados ou anular as eleições presidenciais.

Fonte:Lusa

Num discurso por videoconferência a partir de Kinshasa para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Corneille Nanga, disse que as contestações já eram esperadas e há dois caminhos possíveis: aceitar os resultados anunciados esta quinta-feira, que deram vitória ao candidato da oposição Félix Tshisekedi, ou anular as eleições realizadas a 30 de dezembro, e voltar a mergulhar numa situação de não-governação.


Para a CENI, as contestações fazem parte de um processo eleitoral caracterizado por “tremendas dificuldades” e “esforços super-humanos”, em que foram registados 40 milhões de eleitores.

 

Nomeadamente, a comissão eleitoral disse também estar já à espera da contestação da Igreja Católica congolesa, que fez o mesmo nas duas últimas eleições, em 2006 e 2011.

 

A CENI considera que fez o seu trabalho de forma competente e de acordo com a Constituição do país e diz ter respondido a três objetivos da população: respeito pela Constituição do país, evitar um terceiro mandato presidencial de Joseph Kabila (que governa desde 2001) e chegar à alternância de chefes de Estado com resultados válidos.

O último objetivo vai ser visível na próxima semana, pela primeira vez nos 60 anos de independência do país, haverá uma passagem do poder pacífica entre um chefe de Estado cessante e um novo chefe de Estado, declarou Corneille Nanga.

Segundo a CENI, cerca de 40 mil observadores provenientes de várias organizações acompanharam os resultados, tendo sido acreditados oficialmente pela comissão entre 20 a 23 mil observadores.