Lisboa – Tendo conhecimento da publicação de uma entrevista na qual o General Alberto Neto fez menção à minha pessoa, violando os meus direitos humanos, incorrendo em acto de discriminação pela filiação e injúrias contra o meu bom nome, venho por este meio encaminhar para a publicação no Jornal de Angola, com o mesmo destaque e como manda a lei o seguinte direito de resposta:

Ao Senhor Embaixador e General Alberto Neto, que em entrevista a uma rádio declarou ter usufruído de benesses no tempo do Presidente José Eduardo dos Santos, tendo sido promovido ao grau máximo da categoria dos oficiais pelo Ex-Presidente e seu antigo Comandante-em-Chefe, General José Eduardo dos Santos;

Gostaria de recordar que eu, Welwitschea José dos Santos, ao contrário de sua Excelência e tantos outros “críticos” que hoje me tentam desacreditar e desmoralizar com declarações públicas à imprensa, nas redes sociais e não só, nunca fui nomeada nem indicada pelo Ex-Presidente José Eduardo dos Santos para nenhum cargo no Estado, nem para nenhum cargo partidário.

No partido em que milito, fui sempre uma militante de base activa e fui indicada pela OMA a todos os cargos para os quais fui sempre eleita por maioria dentro daquela organização e a posterior no partido, em eleições gerais e fui eleita no Parlamento para o cargo de 1ª Vice-Presidente do Grupo das Mulheres Parlamentares, que hoje ocupo.

No MPLA sempre fui conhecida por ser uma militante mobilizadora activa e com iniciativa, que sempre conviveu com as bases e sempre participou em actividades dando a cara ao sol e à chuva ao lado dos demais militantes daquele partido, tendo queimado etapas, passado por várias eleições distritais, municipais, provinciais e nacionais, até chegar onde estou.

Relembro também que nunca recebi dinheiro público ou beneficiei de empréstimos de bancos do Estado como o BPC, sem apresentar garantias, para realizar negócios privados, nem nunca tive nenhum cargo no Governo/Executivo que me permitisse assinar pagamentos em nome do Estado angolano.

Devia ser eu a perguntar a Sua Excelência Senhor General e Embaixador Alberto Neto porquê que ficou sempre calado e aceitou exercer todos os cargos para os quais foi nomeado pelo anterior Presidente da República José Eduardo dos Santos, bem como as “benesses” das quais Sua Excelência declarou publicamente ter usufruído, para hoje me vir acusar a mim de estar triste com a perda de benesses?

Sabia que, curiosamente no tempo em que o Presidente Emérito do MPLA, José Eduardo dos Santos, era Presidente da República de Angola, eu nunca tinha sido indicada a nenhum cargo de direcção na Assembleia Nacional, tendo apenas no terceiro trimestre de 2017 sido eleita 1ª Vice Presidente do Grupo de Mulheres Parlamentares, por unanimidade de todas as deputadas de TODOS os partidos políticos e coligação com assento na Assembleia Nacional e posteriormente eleita em Plenário por unanimidade de todos os Deputados de todos os partidos políticos e coligação com assento no Parlamento de Angola, o que para mim teve um significado muito especial e foi entendido como um sinal de confiança e apreço por parte de todos os meus colegas Deputados sem excepção, para desempenhar o meu presente cargo?

Sua Excelência General Alberto Neto, recordo-lhe que estamos de facto numa nova era e que nós os jovens quadros e trabalhadores angolanos, nós os “Generais da Paz e do desenvolvimento”, como nos chamou o nosso Presidente da República, Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, estamos ansiosos por ver no Executivo, Parlamento e em todas as instituições do estado, uma maioria de cidadãos em idade activa, isto é, até aos 60 anos de idade (a idade da reforma em Angola são 60 anos de idade), idade por si já há muito ultrapassada e que bem merece também ir descansar e cuidar dos seus netos e família, já que muito deu pela pátria que nos viu nascer, motivo pelo qual lhe somos e seremos eternamente gratos a si e a todos os que se bateram pela independência e pela paz.

Por fim, à Sua Excelência e a todos os que me ofendem, insultam e caluniam, na esperança de me desmoralizar e fazer calar e parar de lutar pela minha causa antiga, pela qual entrei na política, que é a inclusão da juventude e da mulher na vida política, econômica e social a todos os níveis, causa partilhada por milhões de cidadãos angolanos, dedico as seguintes citações da minha autoria:

- Quem tem medo de ser insultado não deve dedicar-se à política num sistema democrático;

- Eu não me deixarei abater pelo bullying nem pelos insultos dos que me tentam fazer parar de acreditar na causa que faz a minha alma sorrir, pois o meu foco é nos resultados e não no ruído.

- Todos, inclusive as minorias, merecem sentir-se representados por quem lhes dê voz dentro das respectivas organizações políticas ou no parlamento.

Subscrevo-me com a mais elevada estima e consideração, pois mais velho é mais velho e fruto da educação que me foi dada, apesar da divergência política de ideias, jamais o difamaria ou faltaria com o respeito.

Welwitschea José dos Santos “Tchizé”