Benguela - O Sindicato Provincial da Indústria de Bebidas em Benguela aguarda por um pronunciamento da Procuradoria-geral da República (PGR), sobre os processos remetidos àquela instância, a respeito do despedimento de 70 trabalhadores, ocorrido em finais do ano passado, na Sociedade de Bebidas de Angola (Soba), localizada no município da Catumbela.

Fonte: Angop

Segundo o responsável do referido sindicato, Mário Rodrigues, entre os despedidos constam dois sindicalistas, alguns antigos combates e outros que contraíram doenças de trabalho, que viram o vínculo laboral rescindido sem qualquer comunicação à comissão sindical da unidade fabril.

 

Mário Rodrigues evocou violação de um acordo colectivo de trabalho, que prevê contactos e/ou negociação antecipada entre o patronato e o representante dos trabalhadores (Comissão Sindical), apontando também uma segunda acção intentada contra a Inspecção Provincial da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, por alegada sonegação da queixa dos trabalhadores.

 

De acordo com o sindicalista, a inspecção não se deslocou “ao terreno” para aferir as acusações dos trabalhadores contra o patronato, até a consumação dos despedimentos, o que terá motivado algumas suspeições da parte dos trabalhadores despedidos e mesmo da entidade sindical da Soba.

 

Com probabilidade dos despedimentos retomarem no I trimestre do corrente ano, por alegada quebra nas vendas, a SOBA, que também tutela a gestão do Coca-Cola local, despediu nesta unidade fabril 25 outros trabalhadores, alguns dos quais com protecção especial, uma atitude que o sindicato provincial espera ver reposta por via judicial.

 

À Angop, fonte da Soba confirmou a recepção das correspondentes indemnizações que foram até aos dois milhões de kwanzas para os que terão completado entre quinze a dezasseis anos de serviço.

 

A Sociedade de Bebidas de Angola é uma unidade fabril privada que se dedica à produção de cerveja.

 

Até Dezembro de 2018, a fábrica, que tinha 410 trabalhadores, previa produzir 570 mil hectolitros de cerveja.

 

Num levantamento datado de Novembro de 2018, a comissão sindical concluiu que estavam produzidos 531 mil hectolitros, dos 570 previstos, daí que deduz que não seja consistente para sustentar os despedimentos, uma vez que só em 2018 o preço por caixa de cerveja teve um incremento superior a 20 porcento.

 

Em comunicado então distribuído aos trabalhadores, a Soba Catumbela ressaltou o ambiente menos favorável que o país atravessa, o que terá provocado dificuldades de pagamentos e investimentos, o que deixa a empresa a socorrer-se de uma actividade excepcional de produção, por conta da Coca-Cola Botling Luanda (CCBL).