Luanda Amílcar Xavier, renomado jornalista da RNA, não apresentou a edição deste sábado (19), do programa “Africa Magazine” por ter sido comunicado que foi suspenso pelo novo conselho de administração da empresa por alegada incompatibilidade ou dupla efectividade.

Fonte: Club-k.net

Perseguição na rádio estatal  faz nova  vítima 

O jornalista é igualmente director-geral da TV Zimbo, porém é aos sábados que apresenta o “Africa Magazine” da RNA, que tem como missão retratar os principais acontecimentos políticos e económicos do «Continente Berço da Humanidade». Na edição que tinha preparado para sábado, estava programado abordar os 44 anos dos acordos de Alvor, para a independência de Angola, com inédita entrevista de Paulo Teixeira Jorge e Jonas Savimbi. Previa também passar o depoimento de Roberto de Almeida sobre uma correspondência trocada entre a sua malograda irmã Deolinda Rodrigues e o americano Martin Luther King Júnior que completaria esta mês 90 anos.

 

O afastamento de Amílcar Xavier do programa esta a suscitar debate nas redes sociais, que procuram definir quando se esta diante de “incompatibilidade ou de dupla efectividade”. Há quem considere que a RNA e a TPA não são órgãos concorrentes e por esta razão não se esta diante de alguma “incompatibilidade”.

 

Por outro lado, a dupla efectividade, é segundo analistas, considerada quando um elemento recebe salários do mesmo patrão como é o caso do Jornalista Eduardo Magalhães que recebe salário de director no ministério da comunicação social e também de assessor da RNA. Neste caso o patrão é único: o estado angolano.

 

A TV Zimbo é uma televisão privada, por isso, segundo analistas não se pode dizer que Amílcar Xavier se encontra em “dupla efectiviade”, uma vez que na RNA, ele apenas esta em regime de colaboração aos sábados aos sábados.

 

Dentre os órgãos de comunicação social estatal, a RNA, é o único que se encontra em crise que resultam em afastamentos ou suspensão dos seus quadros. Para além de Amílcar Xavier que acaba por ser a vitima mais recente, foram afastados, ou registrou-se a fuga, nos últimos 5 meses de jornalistas como Mara Dalva, António de Sousa Simbo, Rui Kandove, Sebastião Lino. Foram também registrado partilha de correspondências em que o conselho de administração apresenta-se num quadro de perseguição surda contra a direção do núcleo local do Sindicato de Jornalistas de Angola.

 

O ministério da comunicação social ainda não tomou posição a volta da crise da RNA. Apenas um interventivo membro da ERCA, o professor  Carlos Alberto que tem chamado atenção a estas alegadas perseguições reiterando que o exemplo deve vir primeiro de cima. Em várias denuncias, Alberto aponta que a directora e administradora de conteúdos da RNA, Paula Simons encontra-se igualmente numa situação de conflitos de interesses por ter a sua empresa de privada ISENTA, COMUNICAÇÃO e IMAGEM S.A, a prestar serviços de marketing a muitas empresas e órgãos do governo como Banco Banco, Ministério da administração do território e reforma do estado, Banco Nacional de Angola e etc..

 

“O problema é que a Paula Simons já não tem autoridade moral para falar de princípios jornalísticos. Aliás, nem devia ter aceitado o cargo na RNA. Ao fazê-lo, perdeu o respeito que alguns profissionais tinham por si. Estava bem na sua Isenta. Não basta ler livros. É preciso implementar o que os livros dizem. Todo o mundo hoje já sabe que não tem autoridade moral para falar de rigor na nossa profissão”, diz Carlos Alberto, nas suas denuncias.

 

O dirigente da ERCA, entende que a diretora da RNA, viola o artigo 31.° da Lei de Imprensa, por isso considera que “Quem é dona de uma empresa de comunicação (Isenta), que faz marketing para vários clientes - incluindo departamentos ministeriais -, nunca seria administradora de conteúdos de nenhum órgão de comunicação social num país normal.”