Benguela - O calendário político doméstico marca para 2020, o ano para as primeiras eleições autárquicas. No entanto, os partidos políticos concorrentes ainda não começaram a marchar para o efeito.

Fonte: Club-k.net

Benguela é terceira maior praça política e não é diferente, não há sinais inequívocos de pré-candidatos ou de grandes realizações para caçar votos dos munícipes.

 

Ora, Rui Falcão governador e primeiro secretário provincial do MPLA nesta região, apesar de ter surgido quase no liminar da campanha eleitoral, conseguiu manter a performance do maioritário com 4 deputados.

 

Depois com ousadia baralhou as cartas no comité provincial. Expurgou até os intocáveis e donos da sede. Andou e caminhou por toda área territorial da sua competência, reuniu com as massas e as organizações de base do seu partido. Portanto, deu o litro para ascensão na hierarquia central dos camaradas.

 

Porém, foi excluído das opções sem justificação aparente e o mais dorido por militantes menos experientes e sem créditos firmados nas hostes dos camaradas. Parece que isto abalou as suas motivações políticas.

 

Ainda assim, o partido político que dirige é o que mais tem saúde nesta localidade. Embora precisa de mais energia e força para revitalizar-se sobretudo premiar os verdadeiros militantes e olhar para os apartidários.

 

E as eleições dos candidatos as autarquias locais será o seu maior calcanhar de Aquiles pois presentemente são contáveis aos dedos os credíveis.

 

Na UNITA o cenário é assustador, ou seja Alberto Francisco Ngalanela parece esgotado como secretário provincial e o Parlamento é o seu único doce lar.

 

Inexistem grandes eventos essencialmente nas grandes cidades do litoral da província. Não aproveita racionalmente abertura da imprensa pública nem tão pouco as redes sociais, não dá sinal de vitalidade. Por mais clamor que ouve do povo sobretudo nos centros urbanos como desemprego, dificuldades sociais, demolições de casebres e outras, o representante de Samakuva e a sua equipa não aproveitam os erros do adversário e nem apresentam alternativas. Parecem insensíveis e com ouvidos de mercador.

 

E o que mais surpreende é a ausência de pré-candidatos ou planos concretos para autarquias locais. Será que estão a dormir? O maior problema desta formação é contar somente com os seus fiéis militantes, chamados votos por paixão.

 

A CASA-CE é a maior decepção nacional e Benguela não é excepção. Assim, não tem beira nem eira. Piorou nesta localidade com a recente saída de Francisco Viena, então secretário provincial.

 

Este abandono tardou em efectivar-se porquanto há muito que não havia “condições psicológicas e financeiras” para o projecto. Pois, foi energicamente combatido pelos seus pares e com acusações múltiplas sem falarmos da calamidade eleitoral.

 

É nítido que o maior dilema desta organização é o apetite pessoal insaciável. Ninguém é imaculado. Logo quando se construiu uma casa sem material adequado e em zona de risco o caminho para o desabamento é inevitável.

 

E mais também não se vislumbra uma outra estrela na agremiação. Viena era o todo-poderoso ou seja o faz-tudo, não há pré-candidato. Por conseguinte poderá aparecer mais um aventureiro que arrastará os incautos. Não se espante se Viena apresentar-se um dia como representante ou militante de outro partido político.

 

PRS é um moribundo a par da FNLA e de qualquer outra formação política nesta província. Os secretários provinciais são na maioria figurativos, não têm pernas nem forças para lutar com os grandes. Logo são todos fiéis as ordens superiores de Luanda.

 

No global dificilmente apresentarão candidatos para enfrentarem os desafios eleitorais, aliás se forem humildades poderão apenas apoiar outras candidaturas.

 

É assim “ quando não se pensa nem se estuda política conta-se com a sorte e com o discurso da fraude”.

 

Domingos Chipilica Eduardo