Luanda - Nos últimos dias, tem-se ouvido pronunciamentos de muitos analistas, quer da arena nacional e não só, e por espanto há aqueles que nas suas análises passa a impressão que os problemas da RDC podem ser resolvidos simplesmente através duma transição, querendo dizer, que o problema é interno, mas há uns que têm um olhar mais cuidadoso e mais profundo para o problema da RDC que não é novo, pois já dura a mais de cinquenta anos, só os actores ao nível interno é que mudam mais os problemas continuam a ser os mesmos, então eles dizem que os problemas na RDC não terão solução só por meio duma transição, quer dizer, deve haver uma vontade política de algumas correntes ao nível externo para que neste país haja estabilidade, pois as instabilidades na RDC têm um reflexo em toda região e as causas ou as raízes destas instabilidades não são de origem do povo Congolês.

Fonte: Club-k.net

Falar sobre a RDC, é bastante complexo... lá nos anos 60 quando o Patrice Lumumba torna-se Primeiro-ministro, tendo como presidente Joseph Kasavubu. Nos primeiros dias deste governo as coisas correram quase bem, entretanto sendo um país riquíssimo em minerais e tendo em abundância um dos minerais mais cobiçado pelas grandes multinacionais ligadas ao ocidente e não só, que é o Coltan. Segundo várias fontes o Coltan é, uma mistura de dois minerais: columbite e tantalite. Em português essa mistura recebe o nome coulumbite-tantalita. Da coulumbite se extrai o nióbio e da tantalita, o tântalo. Minerais essenciais para o fabrico: de microprocessadores, micro circuitos, baterias, etc. Que depois põem a funcionar mísseis, foguetões espaciais, telemóveis, computadores, jogos electrónicos, etc.

No Congo estão 80% das reservas mundiais deste minério. Ambos, metais foram e continuam sendo fundamentais para toda a tecnologia relacionada a equipamentos electrónicos.

 

Então inicialmente criou-se uma luta nos bastidores entre as multinacionais e depois veio a superfície. As multinacionais ocidentais sabiam perfeitamente que um governo pro- soviético neste país colocaria em causa a sua influência na exploração destes recursos minerais. A primeira instabilidade pós-independência começa desta forma, quer dizer, esta instabilidade não se deveu a um problema interno ou do povo Congolês, mais sim das multinacionais.

O Patrice Lumumba segundo algumas informações, adquiridas nas investigações, era pró-soviético, quer dizer, o governo liderado pelo Lumumba era pro-soviético, deste modo as multinacionais soviéticas teriam o aval do governo do Lumumba para exploração destes mineiros preciosos. Algo que as multinacionais ocidentais não engoliram de bom grado, logo o governo liderado pelo Patrice Lumumba passou a ser considerada hostil pelos ocidentais, pois não representava os interesses ocidentais. Por isso em África os países com recursos mineirais estratégicos vivem dias de estabilidade e outros de instabilidades, e a RDC é um desses países com recursos minerais estratégicos, o problema não é do líder x ou y, mas é externo. Os países Africanos tiveram uma "independência política", agora lutam para terem uma independência económica.

 

Então o Mobuto ascende o poder e muda o nome do país para Zaíre, quer dizer, transformando o país a imagem dele. Durante muito tempo colocou-se a questão que a saída de Mobuto no poder seria a condição sine qua non para que este grande país pudesse enfim ter uma palavra no mundo no que diz respeito ao desenvolvimento, pois potencialidades não faltam. Mas o Mobuto é varrido do poder quase da mesma forma que varreu o Patrice Lumumba e as mesmas correntes que varrem o Lumumba e colocam o Mubuto no poder são as mesmas que varrem o Mobuto. Mobuto foi varrido pelas mesmas correntes que lhe colocaram no poder porque em algum momento deixou de servir os interesses dos que lhe deram o poder numa bandeja.

 

O Mubuto sai do poder, mas os problemas continuaram, porque ele não foi o prmotor simplesmente foi um usado dos ocidentais visando explorar os minerais da Ex-Zaíre como bem entendiam. Quando pensou em ser dono do próprio nariz, então passou a ser uma carta fora do baralho. Na RDC a mais de cinquenta anos o caos prevalece, algumas correntes tentam, abordar esta questão apontando o Cabilá, como sendo o promotor dos problemas e em função disso, levanto a seguinte questão:

A saída do Kabilá da presidência da RDC será que é a solução dos problemas no Congo RDC? Será que os demais agentes que se assumem bons dirigentes da RDC poderão substanciar estas pretensões?

Acontece que a melhor forma de se resolver o problema ou impasse político no Congo RDC, seria a inclusão, mas uns dizem não é, pois são a favor da exclusão daqueles que tem um vínculo com actual governo, e este tem sido um dos factores das constantes instabilidades em África, pois há sempre uma parte que diz: "agora é a nossa vez", então como é que fica os outros? Respondem: "terão processos no TPI". Logo quem tem o poder em vez deixar, criar mecanismos para permanecer no poder, por isso a solução passaria por uma integração ou inclusão a base de um diálogo.

Deste modo quem estivesse no poder não teria pretensões em apegar-se ao poder devido a estas garantias.

 

Aliás é já no governo de Mobuto que é dos movimentos de libertação de Angola é expulsa da Ex-Zaíre, levando-a passar a outra margem instalando-se num país que tinham as mesmas ideologias, Está expulsão veio fortalecer mais este movimento, enquanto uns como podiam se movimentar ao seu belo prazer na Ex-Zaíre e já viviam como sendo eles o poder em Angola, entretanto são apanhados de surpresa, pois quando acordam do sono, Pois as barreiras fortalecem.

O caos que se vive na RDC prejudica este país, mas muitos lucram com estes caos. Logo os que lucram com esta instabilidade na RDC devem ser tidos em conta para que haja a estabilidade neste país.