Luanda - A empresária Celeste de Brito, a primeira dos quatros réus angolanos interrogados no caso "Burla Tailandesa", negou ter falsificado um documento do Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, que autoriza a entrada de quatro tailandeses para investir em Angola.

Fonte: Angop

O aludido documento levou a que Celeste de Brito, de 46 anos, fosse acusada pelo Ministério Público (MP) de prática de crimes de falsificação de documentos, além da burla por defraudação, associação de malfeitores e branqueamento de capitais.


De acordo com o Ministério Público, ao forjar assinatura do Vice-Presidente da República, Celeste de Brito pretendia facilitar a imigração dos tailandeses detentores da empresa Centennial Energy Company, Limited, que supostamente investiriam em projectos sociais no valor e USD 50 mil milhões.

 

Ao se justificar durante a audição, disse que apercebeu-se do documento depois de ser afastada das negociações para o investimento por altas patentes das Forças Armadas Angolanas (FAA) e responsáveis da Unidade Técnica para Investimento Privado (UTIP).

 

Nesta altura, acrescentou, tinha sido notificada pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) para confirmar a autenticidade do documento.

 

Sobre o seu afastamento, a também consultora financeira internacional associou a pressão de que sofria do lado dos tailandeses que queriam solicitar uma audiência com o Presidente da República.


Argumentou ainda que esta não cumpriu com os pressupostos internacionais de cooperação – questões que diz ser básicas nestas operações – e, por este facto, decidiu não levar o grupo ao Palácio Presidencial, apesar de possuir “uma via aberta” para tal, por ter assinado um acordo-quadro com a Casa Civil.


Relativamente à autenticidade do cheque que é o cerne do julgamento que decorre os seus trâmites na 1ª Câmara Criminal do Supremo Tribunal, a ré disse que ela carece de um reconhecimento.

 

Os interrogatórios à ré Celeste de Brito prosseguem esta quinta-feira, na 1ª Câmara Criminal, e já à instância do Ministério Público e dos advogados, após passar no crivo dos juízes.

 

Além de Celeste de Brito, constam mais três angolanos, nomeadamente, Norberto Garcia, ex-director da Unidade Técnica de Investimento Privado (UTIP), Arsénio Manuel, gestor do projecto Ondjango Yetu (afecto as Forças Armadas Angolanas) e Cristinian Lemos (ex-agente policial); consta ainda quatro tailandeses, um canadiano, um canadiano e um etíope.