Luanda - O secretário do MPLA para a Informação, Paulo Pombolo, esclareceu ontem que o congresso extraordinário anunciado para este ano não pretende retirar alguns membros do Comité Central, como avançam alguns analistas políticos.

Fonte: JA

Paulo Pombolo explicou que os estatutos do partido não o permitem. “Todos os membros do Comité Central eleitos no congresso ordinário de 2016 têm um mandato de cinco anos”, sublinhou.

 

Em entrevista ao Jornal de Angola, Paulo Pombolo desmentiu rumores sobre problemas de ruptura no partido. O político garantiu que “não se coloca sequer a hipótese de rompimento no seio do MPLA, tão-pouco mudança de programa”.

 

O programa, disse, já foi aprovado e vai continuar a ser implementado até terminar o mandato. “Não haverá mudança na Moção de Estratégia, daí que não se pode falar em ruptura, porque o MPLA pode sim fazer arranjos quando achar necessário e um dos instrumentos para tal é o congresso”, disse.

 

Questionado sobre a “saúde” interna do partido, Paulo Pombolo garantiu que “o MPLA nunca teve problemas, são apenas meras suposições dos analistas que olham para o partido por causa do processo de transição e acham que há problemas internos”. “Já disse-

 

mos publicamente que o partido está unido e que não há quaisquer problemas internos”, sublinhou.

 

Paulo Pombolo salientou que não há perspectivas de haver alguma ruptura. “Ruptura com quem?”, questionou, lembrando que o programa do partido aprovado no congresso continua a ser executado e é com base nele que estão a ser preparadas as eleições autárquicas para 2020.

 

O congresso extraordinário, que vai contar com a participação dos delegados que estiveram no conclave anterior, segundo Paulo Pombolo, vai servir para alguns ajustamentos aos estatutos, para corresponder a realidade actual do próprio partido e quiçá do país.

 

“Qualquer partido político que tem os seus estatutos ou outros documentos basilares que regem o seu funcionamento, no âmbito da sua estratégia de participação política, pode decidir realizar um congresso extraordinário ou conferência a qualquer momento, de forma a congregar os militantes e discutir matérias do seu interesse”, justificou.

 

O político disse que o país realiza, pela primeira vez, eleições autárquicas, e o partido acha necessário convocar os seus militantes para discutirem questões pertinentes sobre o processo. “Como não podemos congregar os seis milhões de militantes, convocámos o congresso, que vai contar com a presença de delegados”, explicou.

 

Uma das principais questões que preocupam o partido e levou à convocação do congresso extraordinário, disse, é a estratégia de participação nas eleições autárquicas do próximo ano e definir o princípio de como vão ser eleitos os possíveis candidatos a presidente de câmara.

 

“O país sofreu várias transformações e o partido deve ser adaptado à realidade do momento”, disse.

 

Paulo Pombolo considerou “urgente” a realização do congresso extraordinário, para que o MPLA se prepare para o grande desafio das autarquias e para a estratégia para 2020.

O secretário do MPLA para a Informação disse que na próxima reunião do Comité Central, ainda sem data, vai ser abordada a convocação do congresso.