Luanda - Ser marido consubstancia o exercício de um múnus profissional com zelo e dedicação em que os deveres deontológicos são “conditio sine qua non“, para que se construa o lar na senda da liberdade pela comunicação entre os protagonistas do romance vivido debaixo do tecto. É, preciso vocação para exercê-lo com cuidado e zelo sacerdotal.

Fonte: Club-k.net

A vocação de marido envolve o manto da ternura, o gosto por ser amigo e sempre presente, mesmo na ausência e, representar o ídolo nunca adorado, mas eternamente admirado pela esposa apaixonada. Por isso o melhor presente que qualquer homem deve dar aos seus filhos é amar a mãe deles.


A mulher ama mais e intensamente à medida que visiona a escatologia profética da simplicidade masculina, que mesmo sendo autoridade e cabeça da família, democratiza todo o ambiente do Éden que governa.


Tratar os problemas de forma adulta, com frieza e sem violência seja ela física, moral, psicológica ou patrimonial, contribui para a saúde contratual do matrimónio. Por isso, o homem deve saber lidar com a mulher, conhecendo as ruelas e os quarteirões da sua sensibilidade. Judeus e Árabes devem viver juntos. O Alcorão1 tem de fazer as pazes com a Bíblia e proporcionar o encontro comunicacional das religiões que partilham o mesmo marido: Deus dos Exércitos.


Quando querida pelo esposo, a mulher é pedra a ser lapidada e esculpida no metafísico palpável; comunicação a ser confraternizada, e eleita colaboradora estratégica na acrosofia que inebria as sombras do espírito.


Uma formação humana séria e equilibrada é requerida para os nubentes que se querem doar um ao outro na instituição “matrimonial”. Daí a responsabilidade do Estado e da Igreja... casar sim, mas, educação para o casamento, antes para que aos nubentes sejam passados valores sobre a responsabilidade da vida conjugal.

Assim se poderá sonhar na vitalidade dos casamentos num cumprimento das frases: “o homem deixará pai e mãe (...) e “não separe o homem, aquilo que Deus uniu”. Com esta consciência, juntos – ele e ela – marcarão passos firmes e saberão que os problemas e toda a espécie de dificuldades que venham a enfrentar não são um mal em si mesmo, mas um mecanismo, que os insta a tornar-se fortes e cada vez mais unidos. Não dissuadir o que é indissolúvel.


O divórcio é um cancro... Sim. Um cancro, não só para o casal, mas também para os filhos e, sobretudo, para a sociedade e o Estado que ganham mais uma família à beira da desestruturação. Embora, também, não deixe de reconhecer que existam homens e mulheres que vivem infelizes na relação, ou seja, experimentam um “inferno no céu familiar”. Contudo, não se deve forçar ninguém a assumir um relacionamento.
O casamento tem de ser encarado pelos dois signatários, como uma bebida agradável a ser saboreada e um computador em que o antivírus tem actualização permanente. Ao contrário, seria como fazer uma expedição ao sol. Antes de lá chegar, queimados estariam.


A prática amorosa que passa também pelo sexode qualidade é aconselhável num clima apropriado e longe de interferências ao momento. Pois, nesta altura, homem e mulher entram nas sinagogas e santuários íntimos de suas genitalidades e vivem momentos de êxtase, subidas e descidas que parecem uma constante...


As palavras da mulher feliz e apaixonada pelo mesmo homem estão na razão de seus olhos que brilham e nos pés da sua boca, que simbolizam as extremidades de um céu sem Deus e um inferno cheio de inocentados.


Em muitos casos, o segredo para a realização da mulher está na ponta da língua masculina, podendo assim ser responsável pelos orgasmos sucessivos que ela experimenta no fruto escondido na parte sul de sua cruz. Entrementes, a homenagem protocolar devida à companheira é sem dúvidas o cunnilingus (acto que consiste em o homem usar a língua para estimulação do clítoris, antes higienizado), motor imóvel na vibração instantânea de qualquer mulher devidamente excitada. Esta prática é apenas a arte de ampliar o beijo dado na boca para as outras partes do corpo que reivindicam o mesmo direito subjectivo. Pôr esta técnica em evidência é soltar a serpente que cumpre a missão de rastejar no paraíso vaginal da mulher que se perde no turbilhão do clítoris, órgão pequeno, mas bastante sensível com mais de doze contracções involuntárias por segundo, quando bem estimulado.

O homem é o antídoto para as inibições e frigidez da companheira. Para isso deve converter-se ao autodomínio e ao amor, apoquentando- se quando a ejaculação precoce se parece com um feitiço que o embala. Durma o suficiente, alimente-se bem e beba bastante água, porque é bom para o desempenho sexual... Não tenha pressa. Lute contra a ansiedade... Quando ela estiver “molhada” te vai dizer e aí sim a penetração...


Por conseguinte, quando se ama, deve-se ter visão do futuro. Não enxergar no outro os defeitos, mas juntos com as limitações que carregam devem olhar para o mesmo horizonte, identificando o ponto de chegada.


O dever de assistência ou ajuda mútua é um tempero à relação que permite superar as ineficiências. Ter paciência para recomeçar sempre e sempre depois de uma birra de casal faz que se iniciem na arte de perdoar e apaguem as palavras mal escritas no livro da sensibilidade alheia.


A mentira no seio familiar, não ajuda, antes separa os enamorados e mina a confiança, que uma vez quebrada dá muito trabalho para reconquistá-la. Neste jogo, não vale a astúcia do Jardim das desobediências: a soberba. Quanto mais amigos e confidentes, melhor.


O casamento enquanto ideia de Deus é uma semente que está tentada a desenvolver-se todos os dias, mas ao longo do seu percurso encontra sempre os seus fiéis inimigos declarados, como o orgulho (ter sempre razão), o complexo de superioridade por parte de um ou de ambos, a possessão doentia (tentar ser dono do outro), o desconhecimento mútuo, a falta de diálogo e comunicação, a hipocrisia, o comportamento fragmentado e, porque não, o casamento precoce e forçado.